23/03/10

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


Os professores de Português e a FENPROF estão de acordo com o novo calendário proposto pela tutela para introduzir o acordo ortográfico, mas defendem a necessidade de materiais de apoio para a adaptação dos docentes.

Isabel Alçada confirmou na semana passada o adiamento da entrada em vigor do acordo ortográfico nas escolas para o ano lectivo 2011/2012 e considerou não haver necessidade de investir na formação de professores para esta adaptação.

Para Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação dos Professores de Português (APP), a decisão da ministra merece concordância na medida em que também os novos programas de Ensino Básico só vão entrar em vigor na mesma altura. "A nossa opinião de base é que o acordo deve entrar com os novos programas, que eram para 2010, mas como passaram para o ano seguinte, concordamos", disse.

Relativamente à decisão de não investir em formação para os professores, Paulo Feytor Pinto considera que de facto esta não é necessária, uma vez que "não há muitas alterações de fundo" e por isso um "conhecedor da língua portuguesa não precisa de nova formação". No entanto, sublinha a importância de disponibilizar na Internet, no site do Ministério ou da APP materiais que permitam a autoformação dos docentes.

O secretário-geral da FENPROF, Mário Nogueira, afirma por seu lado que, "em relação às questões que têm a ver com formação, [não se pode esperar] que as pessoas vão lendo e resolvendo os problemas". Embora não defenda uma formação aprofundada, o sindicalista é da opinião de que deve haver cadernos ou textos de apoio, e não ficar à espera que o corrector do computador assinale a vermelho a palavra errada.

Relativamente ao calendário para introdução do acordo ortográfico, o sindicato mostra-se favorável, considerando que é positivo estabelecer um prazo que não seja imediato e que dê tempo às pessoas para se adaptarem.

Sobre o acordo ortográfico em si, o responsável da FENPROF lembra que "a dinâmica da língua é assim mesmo" e que sempre "houve alterações", salientando que o importante é "criar condições para que aos poucos seja introduzido".
Fátima Lucas

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