Pelo terceiro ano consecutivo, a Escola Profissional de Ourém está visivelmente envolvida no concurso nacional promovido pelo Plano Nacional de Leitura. Por este motivo, participou no passado dia 11 de Março na eliminatória distrital, que decorreu no Teatro Sá da Bandeira em Santarém. Esta fase distrital foi constituída por três momentos distintos: a primeira prova esteve relacionada com compreensão e conhecimento; a segunda com escrita e criatividade e, por fim, a terceira com leitura e expressão.A nossa instituição escolar (curiosamente a única escola profissional que esteve presente no evento) foi corajosamente representada pelas seguintes alunas: Telma Ferreira (2º Ano do Curso Profissional de Técnico de Restauração – Variante Cozinha/Pastelaria); Cindy Henriques (3º Ano do Curso Profissional de Técnico de Gestão) e Alexandra Reis (2º Ano do Curso Profissional de Técnico de Construção Civil). Para esta fase foi solicitado às alunas a leitura de duas obras literárias previamente indicadas: “Amor de Perdição” de Camilo Castelo Branco e “Por quem os sinos dobram” de Ernest Hemingway.Uma vez chegadas ao Teatro Sá da Bandeira, deparámo-nos com um cenário que correspondia a um misto de expectativa e entusiasmo colectivo, já que fomos confrontadas com uma série de professores e alunos de diferentes escolas do distrito de Santarém, que aguardavam ansiosamente pelo início da prova. Após a devida identificação, os alunos seleccionados foram encaminhados para o palco sob o olhar atento dos organizadores e, sobretudo, dos elementos do júri, de entre os quais se destacou imediatamente o simpático e grande comunicador de televisão, Júlio Isidro.Iniciada a prova, os alunos envolvidos foram sujeitos a uma primeira tarefa correspondente ao preenchimento de um questionário, através do qual puderam revelar os conhecimentos globais sobre as duas obras em causa; posteriormente, procederam à elaboração de um parágrafo, baseado em duas palavras antecipadamente facultadas, que permitisse relacionar os dois livros e, por fim, realizaram a leitura expressiva de um excerto extraído da obra “Por quem os sinos dobram” de Ernest Hemingway. À medida que as etapas se sucederam, os alunos foram gradualmente eliminados, o que foi desencadeando a reacção eufórica de algumas “claques” que, logicamente, tentavam incentivar os respectivos “concorrentes”.Após a realização e correcção de todas as actividades propostas, foi com imensa satisfação e orgulho que constatámos que aluna Cindy Henriques tinha conseguido, com todo o mérito, alcançar o terceiro lugar. Assim sendo, e tendo em atenção as regras definidas, a aluna assumiu o lugar de primeira suplente do distrito de Santarém e poderá estar presente na fase nacional do Concurso de Leitura que ocorrerá no próximo mês de Maio em Lisboa.Na qualidade de professora, pude mais uma vez constatar que esta iniciativa promovida pelo Plano Nacional de Leitura corresponde claramente a um projecto que possibilita a vivência de experiências enriquecedoras não só para os alunos, mas também para os respectivos docentes. Para além de promover o desenvolvimento de competências no domínio da leitura e da escrita, permite a valorização do livro enquanto factor de desenvolvimento quer individual quer social. Mais do que nunca, e tendo em consideração que os jovens estão cada vez mais sujeitos a diversas solicitações (que lhes absorve em muito o cada vez menor tempo livre de que dispõem), é fundamental que o livro seja promovido pelos mais diversos meios, enquanto proposta que se pretende que seja apelativa e benéfica para o seu utilizador. É necessário dar continuidade a projectos através dos quais o livro seja o grande “protagonista”, permitindo-lhe, assim, a sua afirmação enquanto “companheiro de uma viagem” que possibilitará ao seu eventual leitor o acesso ao prazer da leitura.De facto, para além de toda a agitação inerente a um momento desta natureza, aquilo a que realmente assisti no passado dia 11 de Março no Teatro Sá da Bandeira foi à participação entusiástica de um grupo de jovens que, reunidos e fazendo jus ao valor de duas obras literárias, partilhavam de forma solidária os seus conhecimentos (nos momentos em que aguardavam pelas qualificações), conviviam entre si e, inclusivamente, com um espírito de entreajuda desejavam que a “sorte” os premiasse a todos. Por tudo isto, foi muito bom que as nossas alunas tenham tido a oportunidade de passar algum tempo inseridas num ambiente extremamente salutar. Por fim, é de realçar o contacto que estabeleceram com o apresentador de televisão, Júlio Isidro, que gentilmente lhes facultou autógrafos e se deixou fotografar na sua companhia.
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