30/12/11

Uma casa cheia de Livros

"Os livros, esses animais sem pernas, mas com olhar, observam-nos mansos desde as prateleiras. Nós esquecemo-nos deles, habituamo-nos ao seu silêncio, mas eles não se esquecem de nós, não fazem uma pausa mínima na sua vigia, sentinelas até daquilo que não se vê. Desde as estantes ou pousados sem ordem sobre a mesa, os livros conseguem distinguir o que somos sem qualquer expressão porque eles sabem, eles existem sobretudo nesse nível transparente, nessa dimensão sussurrada. Os livros sabem mais do que nós mas, sem defesa, estão à nossa mercê. Podemos atirá-los à parede, podemos atirá-los ao ar, folhas a restolhar, ar, ar, e vê-los cair, duros e sérios, no chão.

Quando me pediram para entrar numa sala, entrei. Não contava surpreender-me. Estávamos numa biblioteca pública e eu era capaz de imaginar com antecedência o que me queriam mostrar. A senhora que caminhava dois passos à minha frente era dona de uma voz branda, feita de boa fazenda, e dizia que se tratava da oferta de um senhor que tinha morrido. O filho tinha cumprido a vontade do pai e tinha acordado as condições com a biblioteca: quase nenhumas. A sala não era uma sala, era uma sucessão de salas. Cada uma delas estava completamente ocupada por estantes cheias. Com a mesma voz de antes, a senhora explicava-me que os livros tinham vindo nas próprias estantes onde estavam. Uma empresa de mudanças tinha-se ocupado desse serviço durante dia e meio, sem parar, meia dúzia de homens.

Eu já vi muitos livros e não contava surpreender-me mas, depois, prestei mais atenção. Enquanto ouvia a descrição do cenário em que encontraram os livros - uma casa cheia de livros, todas as paredes cheias, do chão ao tecto, prateleiras com duas fileiras de livros, pilhas de livros - foquei o meu olhar nas lombadas, nos títulos. A forma como estavam ordenados, lembrou-me a caligrafia da minha avó, uma caligrafia septuagenária, agarrada a uma perfeição talvez desnecessária, a um esforço de manter a correcção mesmo depois de estar quase tudo perdido, como se essa correcção pudesse salvar. Tratava-se de uma organização que previa a dimensão estética - o tamanho das edições, as colecções, as cores das capas - mas, também, uma vertente literária - géneros, história da literatura - e alfabética - B depois do A. Por vincos ínfimos, dava para perceber que eram livros lidos. Mas tão bem tratados, tão minuciosamente acarinhados. Ao mesmo tempo, entre prateleiras, entre salas, fui percebendo quais eram os autores que, criteriosamente, não estavam representados e quais os que tinham toda a sua obra naquelas estantes; fui percebendo quais os períodos e os temas que interessavam à pessoa que juntou todos aqueles milhares de livros.

É uma vida, repetia a senhora, é uma vida inteira. E contou que aqueles livros estavam agora à espera de serem catalogados e, a pouco e pouco, arrumados junto dos outros. Foi nesse momento que consegui distinguir com clareza o quanto estavam assustados. Olhavam para todos os lados, não conheciam o futuro que os esperava. Afinal, o eterno podia mudar com tanta facilidade, bastava um sopro. Foi nesse momento que consegui distinguir as suas vozes fininhas, a cruzarem-se no ar daquelas salas, cheiro a livros e a medo. Vestidos com roupas novas, roupas nobres e tão despreparados para as exigências de uma realidade feita de mãos e transtornos, feita de pressa real.

Muito tempo depois de sair de lá, a quilómetros de distância, voltei a pensar naqueles livros. Aquela selecção privada iria diluir-se nas prateleiras da biblioteca. O fim de uma ilusão costuma causar-me melancolia. Foi o caso. Muito provavelmente, na memória daqueles livros, o tempo que passaram nessa casa antiga, protegida, iria diluir-se também. Daqui a anos, depois de mundo e cicatrizes, ao encontrarem-se por acaso poderão nem sequer reconhecer-se. Poderão ser como aquelas pessoas que se reencontram e que não sabem se devem cumprimentar-se ou não e que, ao não fazê-lo, é como se tivessem deixado de conhecer-se.

Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o chão, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas."

Fonte: José Luís Peixoto, in Jornal de Letras (Maio, 2011)
Sandra Monteiro

22/12/11

O Bitoque-Rugby

1. História
A lenda da criação do râguebi teve início por William Webb Ellis, um estudantede Londres. Foi dito que, durante uma partida de futebol em Novembro de 1823 na Rugby School, o tal impetuoso jovem ficou irritado com o jogo e teria agarrado a bolanos braços e corrido no campo provocando a ira de seus colegas, que tentavam pará-lo e agarrando-o de qualquer maneira. Assim, inconscientemente teria inventado o Rugby. Outros dizem que a bola era carregada com os braços com muita frequêncianos jogos durante 1820 e 1830. Muitos estudantes antigos da Rugby School dizem que a bola carregada fazia parte do jogo há muito tempo antes, contrariando a história do rebelde rapaz.

2. Criação do Bitoque Rugby
A entrada do Râguebi nas escolas ocorreu em 1996, fazendo parte dos programas curriculares da disciplina de Educação Física. O Bitoque- Rugby surgiu para responder à inexistência de condições para desenvolver o Rugby com contacto e queda para o solo nas escolas, o mesmo poderá ser utilizado em todosos tipos de piso, sempre que seja aconselhável a sua prática em detrimento do Rugby, caso de prática por grupos mistos em aulas de Educação Física ou como forma de animação desportiva em períodos de férias (ex: na praia). É um jogo único, fácil de jogar, que envolve situações muito variadas e pode ser praticado por equipas mistas, mesmo em espaços reduzidos e com pisos duros como os habitualmente existentes nas Escolas.

3. O que é o Bitoque-Rugby?
O rugby é uma modalidade desportiva que envolve contacto físico entre os seus praticantes, sendo assim é de primordial importância que os praticantes joguem de acordo com as regras do jogo e que tenham em atenção a sua própria segurança e a dos outros. A finalidade do jogo é progressão no terreno e marcação do maior número de pontos possível na área de validação adversária. A diferença entre o rugby e o bitoque rugby consiste no facto de no bitoque rugby não haver placagens, sendo estas substituídas por um toque com as duas mãos.

4. Objectivos e Princípios do jogo
O objectivo do jogo é o ensaio, ganhando o jogo a equipa que marcar mais ensaios. Há ensaio sempre que um jogador, transportando a bola na sua posse, ultrapassa a linha de ensaio da equipa adversária. Cada ensaio vale 5 pontos. Para que não haja riscos de quedas, no momento da marcação do ensaio, não é necessário colocar a bola no chão.

OBJECTIVOS:
• Marcar o maior número de pontos, transportando ou passando a bola;
• Entrar com a bola na área de validação adversária (ensaio).

PRINCIPIOS:
• Avançar;
• Apoiar;
• Continuidade;
• Pressão.

5. A Bola
• Deve ter uma forma oval;
• A superfície exterior da bola deve ser de couro ou de outro material sintético;
• As bolas podem ser preparadas a fim de se tornarem resistentes e fáceis de segurar nas mãos.

6. O campo
• É a área delimitada pelas linhas de meta e as linhas laterais, com exclusão de qualquer uma destas linhas;
• A área de jogo compreende o terreno de jogo e as áreas de validação;
• A área de validação ou meta é a superfície do terreno limitada pelas linhas de meta, linhas laterais de meta e linhas de bola morta (as linhas de meta e os postes fazem parte da área de validação, mas as linhas laterais de meta e as linhas de bola morta não fazem parte);
• O terreno deve ter as dimensões 15 por 28 (caso do 3x3), 20 por 40 (casos do 4x4 até ao 6x6);
• Não pode haver obstáculos até uma distância de segurança de cerca de 2 metros em relação a cada linha do campo.

Imagem 1 - Campo de Rugby e Bitoque Rugby


7. Formas de jogar a bola
A bola pode ser transportada livremente nas mãos e ser passada para o lado ou para trás (em relação à linha do adversário). A bola não pode ser pontapeada à excepção do Pontapé de saída ou livre, ou na formação ordenada.

8. Técnicas de Passe
Para que o passe seja bem efectuado deve-se ter em atenção os seguintes princípios:
• As duas mãos em contacto com a bola;
• Bola transportada à altura do peito;
• Impulso suave com os dedos, pulsos e braços;
• Manter o olhar no defesa;
• Passar para uma zona mais à frente do receptor (mas deve enviar a bola para trás de si e nunca para a sua frente).


Imagem 2 - O passe


9. Técnicas de Recepção
A recepção da bola deve ser:
• Precisa e firme;
• Com as duas mãos, sempre que possível;
• Colocar a bola ao lado da cintura, de modo a protege-la.


Imagem 3 - a bola de Rugby e a recepção


10. Ensaio
Sempre que a bola for colocada no solo após a linha de ensaio da equipa adversária, ocorre um ensaio, que vale 5 pontos.


Imagens 4 e 5 - O ensaio


11. Técnicas de Ensaio
Para realizar o ensaio é preciso:
• Ultrapassar a linha de ensaio com a bola nas duas mãos;
• Pousar a bola na zona de ensaio.

12. O Bitoque
Serve para parar a acção ofensiva da outra equipa, e é feito através do toque das duas mãos em simultâneo o jogador que tem a bola (acima dos joelhos e abaixo dos ombros). O jogador que tem a bola quando sofre o bitoque tem de passar ou largar a bola de imediato, não podendo progredir mais, com a bola em sua posse. Não é permitido impedir o portador da bola de a largar ou passar, após o bitoque, nem empurrá-lo ou bater-lhe violentamente com as mãos.


Imagem 6 - O bitoque


13. Técnicas do Bitoque
Para fazer bitoque é necessário tocar no adversário com as duas mãos, em simultâneo, entre a linha dos ombros e dos joelhos.

14. Pontapé de saída – o início e recomeço do jogo
A posse de bola no início do jogo é sorteada. Na segunda parte a bola começa da outra equipa. Após cada ensaio a bola sai da equipa que sofreu esse ensaio. Para colocar a bola em jogo é necessário que o jogador que a tem nas mãos, a toque com o pé de forma visível (Pontapé de saída). A bola deve ser lançada em direcção ao solo e deve ser pontapeada antes de tocar neste. A equipa que não tem posse de bola tem de estar toda a pelo menos 5 metros da linha de meio campo.



Imagem 7 - Pontapé de saída



15. Formação Ordenada
É a forma de reiniciar o jogo após toque ou passe para a frente, será sempre ganha pela equipa que não provocou a formação, não sendo permitido empurrar. Os restantes jogadores da equipa que provocou a formação têm de estar a 5 metros do local e só podem avançar quando a bola sair da formação. O da outra equipa tem de estar atrás da linha dos pés dos jogadores da sua equipa que estão na formação. O jogador que introduz a bola recua para trás dos colegas à espera que esta saia da formação.



Imagem 8 - Formação ordenada



16. Técnicas da formação ordenada
Na formação ordenada deve-se:
• Agarrar aos colegas, virando a cabeça para o lado esquerdo;
• Não empurrar os colegas nem provocar a queda da formação;
• Colocar atrás dos colegas, após ser introduzida a bola, e esperar que esta saia da formação para que possa ser jogada.

17. Alinhamento
Sempre que a bola ou um jogador na posse desta ultrapassam a linha lateral, procede-se ao lançamento da linha lateral (Alinhamento), sendo a bola recolocada em jogo por um dos jogadores da equipa que não foi responsável pela saída da bola. O lançamento será feito para o corredor (de 1 metro) entre o alinhamento em duas colunas, das duas equipas, que se encontrarão a pelo menos 3 metros da linha lateral. O jogador que faz o lançamento pode entrar em jogo entre o alinhamento da sua equipa e a sua linha de ensaio. Os jogadores que não participam têm de estar a pelo menos 5 metros da linha que separa os dois alinhamentos.


Imagem 9 - Alinhamento


18. Técnicas de alinhamento
Para a realização do alinhamento é necessário:
• Segurar a bola na porção posterior, estando esta dirigida para o solo;
• Colocar a bola atrás da cabeça, tendo um pé avançado em relação ao outro;
• Realizar um movimento das mãos para a frente;
• Manter as mãos em contacto com a bola o máximo tempo possível;
• Largar a bola à medida que o peso corporal se desloca para a frente;
• Avançar para o terreno de jogo após lançar a bola.

19. Pontapé livre
Quando há alguma infracção, recomeça-se o jogo através do pontapé livre, que é marcado no local onde se deu a infracção, e é efectuado da mesma maneira que o pontapé de saída.

20. Faltas
Encontra-se em fora de jogo o jogador que não cumpre as distâncias indicadas no regulamento. Além do já referido, não é permitido:
- Chocar, agarrar, rasteirar ou impedir de qualquer forma desleal um adversário de se deslocar livremente, com ou sem bola.
- Demonstrar falta de respeito ou espírito desportivo em relação aos companheiros, adversários ou árbitro.



Imagem 10 - Falta


21. Vantagem
Esta é uma lei que é aplicada sempre que a equipa infractora não obtém vantagem com a infracção.

22. Sinaléticas do árbitro
1) Ensaio;
2) Passe para a frente;
3) Formação ordenada;
4) Pontapé livre;
5) Alinhamento;
6) Advertência.



Bibliografia:
lucia-desporto.blogspot.com
https://woc.uc.pt/fcdef/getFile.do?id=2538&tipo=2
http://pt.scribd.com/doc/25347774/Bitoque-Raguebi



Bruno Batista, docente da disciplina de Educação Física na E.P.O. e E.H.F.

19/12/11

Carta de Candidatura Espontânea - Como Fazer?

Uma Carta de Candidatura Espontânea acaba por ser um misto de Candidatura Espontânea e de Carta de Apresentação, por reunir os dois objectivos do candidato a um emprego: apresentar a relação entre a sua motivação e interesse por aquele posto de trabalho/empresa em particular e as características pessoais e as habilitações académicas e/ou profissionais que se lhe adequam e que constituem uma maisvalia para o empregador.

Assim sendo, a Carta de Candidatura Espontânea deverá ser personalizada. Para que uma Carta de Candidatura Espontânea atinja os seus objectivos de suscitar o interesse do empregador deverá, em primeiro lugar, ser feita de forma organizada e, em segundo, deverá ser redigida de forma clara, coerente e concisa.

Em primeiro lugar, faça a pesquisa de quais as empresas a que se quer candidatar, tendo em consideração a relação entre os seus desejos e competências e como pode constituir uma maisvalia para as mesmas. Não ponha de lado as pequenas empresas pois estas possibilitam, muitas vezes, postos de trabalho muito interessantes/apetecíveis e a oportunidade de poder mais rapidamente mostrar as suas competências.

Deverá enviar para cada empresa a que se dirige uma Carta de Candidatura Espontânea personalizada, juntamente com o seu Curriculum Vitae atualizado. Em suma, é fundamental que a candidatura seja dirigida à empresa certa, do modo mais personalizado possível, que ofereça serviços específicos e que destaque as suas principais competências pessoais, académicas e profissionais
.

Por fim, deverá manter as suas Candidaturas Espontâneas organizadas e junto com a informação que recolheu sobre cada uma para, no caso de ser chamado para uma entrevista, poder preparar-se de forma mais fácil e rápida aumentando as possibilidades de sucesso.
Fonte: Empregosmanager

Gostaria de receber ajuda na elaboração da sua Cartas de Candidatura Espontânea? Contacte-nos!
Sandra Monteiro
gec2@insignare.pt Unidade de Inserção e Acompanhamento Profissional - INSIGNARE

16/12/11

Sexualidade: “Nem muito simples, nem demasiado complicado”!



No âmbito da educação para a saúde, os alunos do 1.º ano da EPO, participaram numa peça de teatro debate sobre a sexualidade, apresentada pelo grupo USINA, inserido no programa Cuida-te do Instituto Português da Juventude.

A peça Nem muito simples nem demasiado complicado começou com a apresentação (pelos atores) de 7 histórias relativas a relacionamentos e sexualidade, que fazem parte da vida dos adolescentes e que abrangem os seguintes temas: iníc
io de uma relação; gestão da relação; término da relação; início da vida sexual; dúvidas e questões sobre a relação sexual; contraceção; infidelidade e doenças sexualmente transmissíveis.

Após esta primeira parte, os alunos debateram os temas abordados e escolheram as 3 peças que queriam ver repetidas e nas quais puderam participar ativamente, contracenando com os atores e modificando o desfecho das mesmas.
Os alunos tiveram uma extraordinária participação que resultou num debate muito interessante! De facto, esta metodologia constitui uma magnífica oportunidade de promover a reflexão sobre a sexualidade, o debate e a experimentação de diferentes opções e suas consequências. O que se torna especialmente importante por se tratar de jovens e ser essencial que percepcionem a existência de diferentes possibilidades de acção, nas situações do seu quotidiano, e a consciência de que podem optar de acordo com as consequências desejadas para si e para os que os rodeiam.

Sofia Ferreira
Psicóloga

13/12/11

A importância da liderança no sucesso das organizações

"A execução da autoridade vai-se esbatendo com o tempo e com a empatia que se cria. Uma pessoa chega e mostra quem é e o que pode fazer, afirma-se e estabelece regras. A liderança toda a gente deve senti-la e ninguém a ver."



Cito José Mourinho, um dos melhores treinadores de futebol do Mundo e certamente uma das figuras portuguesas mais reconhecidas internacionalmente. Para além da sua competência técnica, sustentada num ascendente e discreto percurso de aprendizagem, acredito que o seu sucesso deriva da sua inquestionável capacidade de liderança. Voraz na defesa dos seus jogadores e das organizações onde trabalha, assume isoladamente todos os riscos em plena peleja e sabe discretamente afastar-se nos momentos de vitória e consagração. Dá o peito às balas na mais acesa refrega, distraindo com isso os adversários para o essencial da questão, ultrapassando amiúde, regras básicas de boa educação e cordialidade entre pares. Por vezes, tantas vezes, parece valer tudo. E vale. De forte personalidade, cria regras que religiosamente obriga a cumprir, independentemente da importância dos seus colaboradores e parece dizer sempre, quase sempre, o que pensa. Ou pelo menos aquilo que naquele momento e em função de um determinado objetivo lhe parece conveniente dizer. Consegue rapidamente passar do centro de todas as atenções e de todos os ódios, para momentos de máxima discrição e completa serenidade. E como ele próprio afirma, a liderança é algo para ser sentido e muito pouco para ser visto. Aprecio-o a capacidade de liderança de José Mourinho e longe de aspirar a qualquer tipo de comparação, muito me identifico com ela. Desde jovem e sobre estas coisas de mandar e ser mandado, aprendi que os colaboradores são normalmente o espelho do seu líder. E que as organizações prosperam e consolidam-se na qualidade e intensidade da sinergia que se consegue atingir. Entre uns e os outros. Se a isto adicionarmos a consciência de um projeto comum, a humildade para saber ouvir e uma denodada capacidade de trabalho, temos organização e futuro.

Francisco Vieira
(presidente da direção da Associação Empresarial Ourém – Fátima)

10/12/11

PARTE II: Word-of-Mouth positivo e negativo

Como já se referiu na Parte I, as comunicações word-of-mouth (WOM) são aquelas comunicações informais que ocorrem entre os consumidores acerca de avaliações de produtos ou serviços. Constatámos ainda a sua crescente importância estratégica para as organizações, sobretudo no contexto dos serviços, onde o risco percebido pelo consumidor em relação à tomada de decisão de compra é elevado.
Também se falou da importância das organizações saberem as motivações que levam os seus clientes a proferir WOM, que pode ser positivo ou negativo.


O WOM positivo consiste em falar favoravelmente ou recomendar o produto ou serviço aos outros, e WOM negativo inclui partilhar de experiências negativas, falar mal do produto ou serviço e apresentar reclamações

As comunicações word-of-mouth positivas acontecem, regra geral, quando as expectativas dos clientes são satisfeitas ou excedidas­; já as comunicações word-of-mouth negativas são resultado do balanço negativo e do desequilíbrio entre as percepções e as expectativas dos consumidores. As primeiras estão associadas a uma performance do produto, serviço ou organização acima do esperado e as segundas acontecem pelo facto dessa performance se situar abaixo do pretendido.
No contexto intensamente competitivo actual, as organizações, no sentido de manterem ou aumentarem a sua quota de mercado, devem recorrer a ações de marketing relacional, procurando aprofundar o envolvimento com os seus clientes, criando com eles um vínculo forte e duradouro, que promova a lealdade e a criação de comunicações word-of-mouth positivas.
A análise dos fatores determinantes da produção de word-of-mouth positivo por parte dos clientes de uma organização, permitir-lhe-á obter informações que oriente as suas acções no sentido de se diferenciarem positivamente da concorrência, criando fontes de vantagem competitiva assentes em estratégias de marketing mais eficazes.


Este tipo de comunicação informal encontra-se hoje numa nova fase, devido à disseminação da internet e das redes sociais. Hoje, a par das comunicações de um-para-um (one-to-one), que ocorrem nas comunicações interpessoais sem recursos aos meios electrónicos, estamos na era das comunicações um-para-muitos (one-to-many), alicerçadas nas TIC. Fala-se não só de word-of-mouth, mas também de e-WOM (electronic word-of-mouth) ou online WOM.


Para saber mais sobre esta recente forma de comunicação de marketing, acompanhe-nos na Parte III.

Margarida Rodrigues
Docente da EPO
Mestranda em Marketing Relacional

02/12/11

O VIH e o SIDA


Na semana da comemoração do dia Mundial de Luta Contra a SIDA (dia 1 de dezembro) a EPO, em colaboração com a Abraço, promoveu uma sessão informativa, para os alunos das turmas do 3.º ano, sobre o vírus da imunodeficiência humana (VIH) e o síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA), com a presença do Dr. Sérgio Luís da Associação Abraço. Sendo o VIH um vírus que durante anos pode ser silencioso, sem haver sinais da sua presença, os comportamentos de risco multiplicam-se e a sua propagação é facilitada… isto porque dependemos demasiado dos nossos sentidos, temos a tendência para não nos preocuparmos com o que não vemos, ouvimos ou sentimos! Esta foi uma das ideias explicitadas pelo orador que num discurso esclarecedor, envolvente, animado, interativo e divertido, transmitiu aos alunos a noção de SIDA, as suas causas, as suas consequências, formas de contágio e de como evitar esse mesmo contágio. A sessão foi de esclarecimento, mas também de sensibilização para os comportamentos de risco que podem culminar no contágio com o vírus VIH. Os alunos deixaram-se envolver pelo orador e além de aprenderem sobre o VIH e SIDA, refletiram acerca dos mecanismos de funcionamento que estão na origem dos seus comportamentos e da forma como se relacionam consigo e com os outros… A sua opinião sobre a sessão (que manifestaram num pequeno questionário anónimo) é muito positiva (conforme quadro abaixo): a grande maioria dos alunos considerou o tema muito interessante; bastante importante para a sua formação pessoal; com bastantes conhecimentos novos sobre o vírus HIV e o SIDA, com bastante reflexão sobre os próprios comportamentos, e consideram que a forma como foi apresentado o tema foi muito apropriada e os meios utilizados foram muito adequados. Apesar de no questionário não haver espaço para observações, surgiram duas: a forma como foi apresentado o tema foi mesmo muito apropriada; houve uma excelente relação entre o formador e a plateia; deveria haver mais sessões deste género, acho que todos os alunos aprenderam mais sobre o SIDA.

Assim, os objetivos foram cumpridos e a EPO contribuiu, com mais uma ação, para a educação para a saúde dos seus alunos.

Sofia Ferreira – Psicóloga
Margarida Rodrigues – Docente da Área de Integração

29/11/11

76º aniversário da morte de Fernando Pessoa

A 30 de novembro de 2011... 76 anos após a morte de Fernando Pessoa.
Há tão poucos dias... O fado é Património Imaterial da Humanidade.

"Fado Pessoa"



"Podemos morrer se apenas amámos", Bernardo Soares in Livro do Desassossego

Fátima Lucas

25/11/11

O setor da construção no contexto atual

Atualmente muito se tem falado da crise, no contexto nacional e no panorama internacional. O setor da construção em particular, não está imune a este desígnio e parece-me evidente que pouco voltará a ser como antes dado que há muito tempo que esta crise era evidente e previsível para o setor.

Após o fim dos quadros comunitários de apoio, muitas das atuais tipologias de obras públicas tendem a abrandar. Por outro lado, esta dinâmica tende a arrefecer pelo fato de muitas das necessidades estarem colmatadas.

O mercado da habitação nova está saturado, e como fator agravante temos a dificuldade de acesso ao crédito que havia outrora.

Porém, a conjuntura económica em que vivemos não pode deixar de ser um motivo para repensar a nossa atitude perante a atividade.

A revitalização do setor passará por saber identificar antecipadamente quais os desafios futuros, que a meu ver passam inevitavelmente pela reabilitação urbana e arquitetónica, como uma das saídas possíveis para a crise neste setor. A reabilitação deve ainda assentar na melhoria e sustentabilidade do ambiente construído e da sua manutenção periódica.

Em Portugal esta é uma área com forte potencial, quer ao nível dos centros tradicionais quer no âmbito da desfiguração das periferias urbanas, se tomarmos como exemplo outros países da união europeia. Todos sabemos que face à nossa realidade territorial e geográfica, este parece ser realmente o caminho para estancar o crescimento desmedido, e desajustado face às reais necessidades do país.

O excesso de construção de raiz, resultante de uma economia assente na especulação, numa legislação do arrendamento perfeitamente obsoleta, e num planeamento deficiente por parte da administração pública, cujo financiamento depende em grande parte de taxas afetas à construção, levou a uma desertificação crescente dos centros urbanos em favor de um crescimento periférico desordenado e de má qualidade. Nos últimos 50 anos cometeram-se erros que levaram à destruição de parte substancial da nossa paisagem. Esta realidade, tem efeitos socioeconómicos e ambientais negativos, com elevados custos para o país e contribui para delapidar um recurso importantíssimo como é o caso do turismo.

Nos últimos anos, alguns passos foram dados no sentido de minimizar estes efeitos, designadamente a alteração do quadro legal da edificação, da qual resulta uma maior exigência ao nível do comportamento térmico dos edifícios, e da redução dos gastos energéticos com metas traçadas pela União Europeia que apontam para 15 ou 20 anos. Estas medidas revestem-se de uma enorme importância para a redução do impacte ambiental da construção, e aplicam-se não só na construção nova como também na reabilitação.

Penso que as empresas do setor deverão entender estas mudanças como uma oportunidade, e não como uma ameaça. As empresas devem, de forma consciente, entender esta responsabilidade como coletiva, investir na investigação e desenvolvimento com vista à inovação e estar atentas às novas tendências.

Apesar de uma crescente sensibilização neste sentido, muito há ainda por fazer, e o abrandamento do setor da construção, não significa necessariamente uma paragem. Há, na minha opinião, espaço para trabalhar e investir nesta área. A inovação não passa apenas por alterar produtos, implica modificar técnicas, métodos de produção e execução.

Para além da reconhecida importância na economia, o setor da construção tem evoluído positivamente nos últimos anos, estando cada vez mais habilitado tecnicamente, ou seja mais apto a responder aos diferentes desafios que tem por diante, incluindo os internacionais.

A título de exemplo, passo a referir a construção pelo sistema pré-fabricado, que assume uma grande percentagem da construção em países mais desenvolvidos, e praticamente não tem expressão em Portugal. A pré-fabricação, contrariando o estigma instalado associado à má qualidade e a obras de carácter temporário, poderá, para além de um conjunto de vantagens em termos económicos e ambientais, ter muita qualidade. Esta metodologia de construção permite uma redução do tempo em obra, redução de custos, redução do impacto ambiental, e maior controlo de qualidade de produção, com consequências directas no resultado final da obra.
Neste sentido, e atentos às necessidades cada vez maiores de uma construção bioclimática, mais "verde" e amiga do ambiente, a Vigobloco a par com a Filipe Saraiva – Arquitectos, têm investido no desenvolvimento deste processo, destinado a vários usos, com especial destaque no uso habitacional, armazéns e naves industriais. Trata-se de uma metodologia construtiva que utiliza elementos pré-fabricados em betão, com elevada performance, em termos de compartimento térmico e acústico, resistência mecânica e estanquicidade.

A utilização deste tipo de elementos pré-fabricados, resulta numa maior eficiência energética, dos edifícios na medida em que reduz os gastos energéticos de climatização. Por outro lado, e dado que estes elementos são fabricados em unidade industrial, e sujeitos a um rigoroso controlo de qualidade, o impacto de obra e instalação de estaleiro é praticamente inexistente, o que reduz claramente o impacto ambiental.

Como alguém dizia, já não estamos perante uma crise, mas sim perante uma nova realidade. Ora, de acordo com este princípio, talvez tenhamos que mudar de paradigma no que diz respeito às atividades inerentes ao setor, e adotarmos, todos os intervenientes uma atitude pró-ativa e atenta às novas realidades.

Para tal, é forçosa uma maior capacidade e habilitação técnica, uma seletividade e racionalização do investimento, mais clareza da legislação e melhor resposta das entidades licenciadoras.

Filipe Saraiva
Arquiteto

23/11/11

Participação da E.P.O. na XX Corrida Comemorativa do Dia do Não Fumador

Realizou-se na passada sexta feira, dia 18 de Novembro de 2011, pelas 10h, em Ourém, a XX.ª edição da Corrida Comemorativa do Dia do Não Fumador.

Esta iniciativa ocorre anualmente, e é organizada pela Escola Secundária de Ourém. Estão convidados a participar todas as escolas dos 2º e 3º Ciclos, Secundárias e Profissionais do concelho de Ourém.

A Escola de Profissional de Ourém esteve presente com 15 alunos de diversas turmas e diversos cursos, dos 1º, 2º e 3ºanos.





Os alunos participaram na corrida do escalão D, percorrendo um percurso de 3,5 km pelas ruas de Ourém.








Destacaram-se os alunos Pedro Serra e Samuel Silva, respetivamente 3.º e 4.º lugares no escalão D masculino.










Seguem-se os resultados de todos os alunos da EPO que participaram nesta iniciativa:








Grupo de alunos da EPO que participaram no evento.








"Família" Insignare - alunos e docentes de Educação Física da Escola Profissional de Ourém e Escola de Hotelaria de Fátima.






Bruno Batista e Carlos Gonçalves
Docentes de Educação Física da EPO



Após o curso, quero ir para o estrangeiro… como faço?

Os alunos do 3.º ano estão na reta final do curso, prestes a entrar no mercado de trabalho que não pode atualmente ser restringido ao território nacional… Foi, por isso, promovida uma aula.com a conselheira Eures Catarina Carvão, em colaboração com os professores da Área de Integração, da EPO e da EHF, para todas as turmas do 3.º ano. Apresentam-se aqui algumas informações (transmitidas nas sessões) interessantes e importantes para quem pondera a possibilidade de vir a trabalhar no estrangeiro.

Esta é, de facto, uma boa possibilidade a ponderar, sobretudo para quem está no início da sua vida profissional. E desengane-se quem pensa que há poucos empregos disponíveis, a 21.11.2011 (data da última atualização no portal EURES (1)) existiam 1 217 035 ofertas de emprego na Europa. Além disso, esta é uma boa opção para um profissional português! Porquê? Porque parece que os trabalhadores portugueses são muito bem vistos pelos empregadores estrangeiros, uma vez que, na generalidade: são simpáticos; trabalham bem em equipa, são flexíveis e criativos e têm boa capacidade de adaptação! No entanto, ir trabalhar para o estrangeiro não é, obviamente, uma decisão que se tome de ânimo leve, muitas são as questões que se colocam (entre outras): Que país escolho? Que línguas falo? A minha formação será reconhecida? Posso levar o meu automóvel?

É pois conveniente preparar muito bem o projeto de mudança de trabalho/país/vida, para isso aconselha-se:
- Verificar com antecedência a situação no mercado de trabalho e informar-se sobre condições de vida e trabalho do país/região de destino, através da Internet (Portal EURES) ou da consulta de jornais;
- Assegurar-se de que tem conhecimentos de línguas adequados ao exercício da atividade profissional e, em caso de necessidade, melhorá-los atempadamente;
- Contactar a Segurança Social para obter mais informações sobre o sistema de proteção social do país onde vai exercer atividade;- Contactar o PNRQ (IEFP, I.P.) (2) ou o NARIC (3), na Direção-Geral do Ensino Superior, para informações sobre o reconhecimento das suas qualificações e competências no país de destino.

Numa fase posterior, é imprescindível verificar se:
- Tem documento de identificação válido;
- Tem cópia do contrato de trabalho ou documento que confirme condições oferecidas, e se as percebe na íntegra;
- Tem documentos que atestam a experiência, formação e certificação profissional;
- Conhece o método e frequência de pagamento do salário;
- Consegue alojamento na zona onde vai trabalhar;- Tem o Cartão Europeu de Seguro de Doença (obtido na Segurança Social);
- Tem dinheiro suficiente para ficar no país até receber o 1º salário, ou para regressar a Portugal se necessitar.

Em todo este processo é possível obter ajuda de entidades e serviços como a rede EURES que está presente em 31 países da Europa. Os conselheiros EURES (4) facilitam o acesso a informação sobre ofertas e pedidos de emprego e estratégias mais adequadas para o conseguir, informam sobre a legislação social, laboral e fiscal e sobre as condições de vida e de trabalho (informação também disponível no portal).

Antigos alunos da EHF já se lançaram nesta aventura e partilharam connosco a sua experiência de vida no estrangeiro:
http://ehfatima.blogspot.com/2011/09/linguas-passaporte-para-o-mundo.html.

(1)
www.eures.europa.eu
(2)
http://portal.iefp.pt/pnrq/index.html
(3) www.enic-naric.net
(4) www.iefp.pt/eures

Sofia Ferreira
Psicóloga

22/11/11

“Quem conta um conto acrescenta um ponto.”


A atividade proposta tem como principal objetivo dinamizar a leitura de obras literárias. Premiar os alunos com pontos que se possam converter em valores (a somar a um qualquer módulo à disciplina de Português) é a “recompensa” que se pretende associar a esta atividade e assim estimular a leitura.


Regulamento:
O aluno lê um qualquer livro à sua escolha (naturalmente poderá aceitar sugestões das professoras).
Mediante a leitura da obra o aluno poderá obter pontos através de 4 possíveis atividades (podendo desenvolver uma, duas, três, as quatro, como entender).


As atividades serão:
- Contar a história que leu à turma (exercício de oralidade), podendo obter um máximo de 20 pontos;
- Responder a um questionário elaborado pela professora (exercício de interpretação e escrita), podendo obter um máximo de 20 pontos;
- Fazer um comentário/recensão crítica em relação à obra lida (exercício de escrita/opinião), podendo obter um máximo de 30 pontos;
- “E depois da estória?” Desafia-se o aluno a dar uma continuidade à estória que leu (exercício de escrita criativa) podendo obter um máximo de 30 pontos.


Quando o aluno alcançar 100 pontos, que vai somando com as obras lidas e as respetivas atividades, pode convertê-los em 1 valor que poderá somar a um módulo da disciplina de Português.



Fátima Lucas e Isabel Marques