21/06/12

A construção do social. Biblioteca da Escola Profissional de Ourém.




Está patente na Biblioteca da Escola Profissional de Ourém uma pequena mostra de trabalhos realizados pelos alunos do 1º ano, consagrados ao tema:  A construção do social”.
 Previsto na estrutura programática da disciplina de Área de Integração, este tema pretende abordar a construção da realidade contemporânea por meio de acontecimentos e personagens históricas que mudaram o destino da humanidade através da força das ideias; da arte; da acção política; ou a partir de outras esferas de actividade. Foi lançado aos alunos o desafio de realizarem um trabalho que abordasse a vida e a obra de uma personagem histórica, ou de uma figura carismática, que constituísse para eles uma referência.
 Encontrar referências humanas ajuda-nos a ser parte do todo. É com referências que se constitui a filigrana do tecido social, e nem a propósito do tema abordado na disciplina de Área de Integração, são elas próprias que promovem essa “construção do social”. Com referências humanas, ou mesmo ídolos, descobrem-se valores e estabelecem-se afectos.
 Quando identificamos figuras ou personagens dignas da nossa admiração, estamos a estabelecer posições e afinidades, e estamos a afirmar a nossa presença e as respectivas coordenadas do nosso lugar no mundo, desenhando o mapa das paixões, das lutas e das causas.  Identificar um ponto de admiração é tomar uma posição activa, e é em si um acto de cidadania. Os ídolos, as personagens de referência, configuram o mundo. Norteiam-no, sinalizam-no. São uma escola de vida, e canalizam pulsões.
 A presente mostra, da responsabilidade dos professores da disciplina de Área de Integração, da Escola Profissional de Ourém, reflecte o entusiasmo dos alunos na resposta ao desafio que lhes foi lançado, e pode ser vista até ao final do ano lectivo.

Os docentes de Área de Integração:
César Adão;
Margarida Rodrigues.

05/06/12

“Orgulho e preconceito”. Biblioteca da Escola Profissional de Ourém.


 A Biblioteca da Escola Profissional de Ourém preparou uma pequena mostra dedicada aos Direitos Humanos, que poderá ser vista até ao final do ano lectivo. O título escolhido para a mesma, não sendo  uma homenagem à carismática obra da escritora britânica Jane Austen, pretende sintetizar o percurso das reivindicações pela igualdade de direitos, penosamente trilhado sobre o território dos nossos preconceitos.
 No vasto espectro que envolve a igualdade de direitos e oportunidades, bem como a luta pelos Direitos Humanos, cabem temas como a condição feminina; os grupos socialmente desfavorecidos; os crimes de ódio; a orientação sexual; ou mesmo o difícil quotidiano de pessoas portadoras de deficiência, sendo que a própria disparidade de temas pretende desde logo testar as nossas noções de preconceito, situando-lhes fronteiras e obrigando-nos a estabelecer relações e paralelismos.
 Sobre o manto do relativismo cultural pode esconder-se a prática da excisão. Em nome da manipulação moral e axiológica de toda uma nação, pode ocultar-se o prejuízo e a ofensa de pessoas, com base na sua origem étnica, ou na sua orientação sexual ou ideológica. A história ensina-nos também que nenhum período de glória ou ascensão de uma nação deve escamotear o atropelo dos direitos humanos, seja qual for a sua máscara.
 Esta pequena mostra tenta estabelecer um roteiro dos nossos próprios preconceitos, levando-nos, como ponto de partida para a reflexão, a contemplar o significado dos valores de igualdade e justiça, precisamente numa conjuntura propensa a despertar a parte mais negativa da nossa psique colectiva.
 Constituída por diversos suportes de informação (livros, cartazes, panfletos de carácter informativo), esta mostra pretende dirigir-se a todos, na consciência clara de que a geração representada pelos nossos alunos, ainda que processe e absorva a informação de uma forma mais directa, visual e fragmentada, não pode por essa razão demitir-se de pensar as grandes questões que pertencem ao seu tempo e ao seu mundo.
  As conquistas consagradas aos Direitos Humanos são em certa medida o barómetro da evolução e da consistência da nossa construção democrática. Olharmos o tema do preconceito, é também a capacidade e a lucidez de o sabermos identificar em nós próprios, para que possamos sentir na luta pelos Direitos Humanos, com orgulho e sentido de homenagem, a fragilidade das conquistas que lográmos . 

César Adão, Professor de Área de Integração.