31/05/11

Estágio Curriculares: A visão das Empresas

Papel das empresas que aceitam estagiários: A colaboração estreita entre escolas e empresas é um elemento primordial no desenvolvimento do país e no reforço da competitividade da nossa economia. De facto, cada vez mais se procuram técnicos qualificados que cheguem às empresas no final dos seus cursos com uma postura de profissionalismo. Além da responsabilidade social de todas as empresas que aconselha à aceitação de estagiários, de forma a melhor formar os alunos, é também uma grande mais-valia para as estas uma vez que permite ir conhecendo pessoas com pouco investimento dado que apenas têm de lhe afectar ferramentas e assegurar a formação no posto de trabalho.
Importância dos estágios na inserção no mercado de trabalho:
Os estágios são extremamente importantes na inserção dos jovens no mercado de trabalho. Estes estágios têm sido aproveitados pelas nossas empresas como uma ajuda ao recrutamento. De facto, apesar do estagiário não ter muito tempo para poder assumir tarefas de elevada responsabilidade, este tem o tempo suficiente para mostrar a sua atitude. É o que as empresas pretendem com a aceitação de estagiários. Encontrar potenciais colaboradores com vontade de aprender, com ambição e com postura profissional. As áreas que mais procuramos são as de medidor orçamentista. Dada a especificidade da nossa actividade, nomeadamente transformação e aplicação de caixilharia e vidro, não é fácil encontrar pessoas com experiência nesta área. Desta forma existe a necessidade de apostar nas pessoas certas de forma a não desperdiçar custos de formação, bem como tempo a investir em pessoas erradas. Nesse sentido, os estágios proporcionam um conhecimento da atitude e das potencialidades do jovem de forma a decidirmos apostar nele ou não para integrar os quadros das empresas. A realização de estágios em contexto de trabalho, ao longo do percurso académico permite ao aluno sentir o que é a vida das empresas. Além disso, permite que o aluno se vá orientando para aquilo que considera a sua vocação uma vez que ao ter contacto com as áreas para as quais se está a formar, vai-se apercebendo se está a tomar o rumo correcto ou não, permitindo-lhe mudar de área desde logo ou no ensino superior. Por outro lado, julgamos que, aproveitando a presença do estagiário, integrando-o de uma forma natural na empresa, este vestirá a camisola e virá ter connosco quando terminar o seu percurso académico.

Os estagiários da INSIGNARE: As nossas empresas têm acolhido vários estagiários da INSIGNARE ao longo dos últimos anos, quer pela via de estágio curricular quer pela via de estágios profissionais. Neste momento contamos dois estágios curriculares a decorrer e com três colaboradores provenientes da INSIGNARE já nos quadros das empresas. Apesar da INSIGNARE não formar tecnicamente os alunos para a nossa área específica na construção, julgamos que, em termos médios a INSIGNARE presta uma boa formação aos seus alunos, nomeadamente através dos conhecimentos de AUTOCAD que os alunos têm demonstrado. Desta forma continuamos sempre disponíveis para acolher estagiários quer no final dos seus cursos quer no decorrer dos mesmos.

Mário Henriques
Administrador da Ourividro, SA e Director Financeiro da Profial, SA

A importância dos estágios, por António Évora

A formação em contexto de trabalho permite aos alunos a aquisição, numa empresa/entidade, de uma qualificação complementar ou de uma experiência qualitativa válida que melhore as capacidades de acesso ao mercado laboral. A formação dos jovens envolvidos adquire uma nova dimensão, saindo facilitada a sua integração no mercado de trabalho. Para isso, contamos com a colaboração imprescindível das empresas do nosso concelho e dos concelhos limítrofes que abrem as suas portas todos os anos para acolher os nossos estagiários, proporcionando-lhes a oportunidade de por em prática todo o conhecimento adquirido ao longo de cada ano lectivo, contribuindo deste modo na formação de futuros técnicos da nossa região. Conscientes da importância da formação em contexto de trabalho, adoptamos já neste ano lectivo um aumento muito significativo da carga horária desta componente. Durante os três anos em que os alunos frequentam a nossa escola, realizam um período de estágio de 6 meses, distribuídos ao longo dos anos (1056 horas) e que corresponde a um aumento de cerca de 150% das horas prevista nos planos curriculares (420 horas). Entendemos que é uma mais-valia, tanto para os estagiários como para as empresas que os acolhem. A simbiose entre nossa escola e as empresas, é salutar, uma vez que o feedback é bastante positivo, algo que nos deixa efectivamente satisfeitos e nos motiva no sentido de melhorar cada vez mais a formação dos nossos alunos. Temos a noção clara, que na conjuntura actual e tendo em conta que as ofertas formativas existentes nas outras instituições de ensino são muito idênticas às nossas, o único factor que nos pode diferenciar é sem dúvida a qualidade da formação que ministramos. Passado sensivelmente um mês do início dos estágios dos alunos do 3º ano, é de realçar o feedback positivo quer por parte das empresas quer por parte dos alunos que se encontram em estágio. Muitos destes alunos irão tentar fazer deste período uma alavanca para o seu ingresso no mercado de trabalho, investindo todas as suas energias no sentido de convencerem as empresas onde se encontram a estagiar na sua contratação. No próximo dia 1 de Junho, os alunos do 2º ano das diferentes áreas de formação da Escola Profissional de Ourém irão pela primeira vez, entrar numa nova fase de formação, a formação em contexto de trabalho. Durante dois meses vão vivenciar uma nova experiência, a do primeiro contacto com um mundo do trabalho. Aos alunos pedimos trabalho, empenho, dedicação, responsabilidade e que dignifiquem a instituição que frequentam e, ás empresas que os acolhem para estágio, o nosso profundo agradecimento.
António Évora

Coordenador dos Cursos da Escola Profissional de Ourém

18/05/11

Turismo em mudança


Chegam-me notícias sobre demissões na Entidade Regional de Leiria-Fátima e, em consequência, a necessidade de serem convocadas eleições, antecipadas, como parece estar na moda. Tudo parece resultar da dificuldade em ultrapassar as fortes limitações financeiras impostas pelas reduções feitas pelo Governo ao orçamento desta Entidade, fruto da catastrófica situação económica em que se encontra o nosso País. Daqui decorre uma incapacidade em garantir os meios necessários para fazer face às despesas correntes e ao desenvolvimento das atividades de animação e promoção deste pequeno território turístico. Admito que, com as saídas de Alcobaça e da Nazaré para o Oeste, se perdeu a dimensão e massa crítica, afunilando a área de atuação excessivamente em torno da capacidade de atração de Fátima, incomparável com a globalidade restante. E, se no passado, os eixos prioritários com dimensão para justificar a promoção internacional se dividiam entre Alcobaça, Batalha, Fátima e Nazaré, a perda de duas destas referências afetou gravemente uma equilibrada diversidade, completada por destinos que não conseguem atingir dimensão turística para ultrapassar um maioritário consumo interno, como são os casos de Leiria, Pombal, Marinha Grande e porto de Mós. Desta conjugação de fatores negativos resulta a grave situação hoje conhecida e a instabilidade que dela decorre. Admito, como repetidamente nos últimos anos o tenho dito e escrito, que a solução está na fusão de Leiria-Fátima com o Oeste, garantindo um território com dimensão adequada para autonomamente se afirmar entre Lisboa e o Centro. Desconheço se o Oeste vive dificuldades semelhantes a Leiria-Fátima, assim como desconheço se a sua afirmação muito especializada, em torno do golfe, dos resorts, e do sol e mar, tem interesse em se conciliar com uma maior diversidade de produtos turísticos. Conheço as vantagens da diversidade na visita a um território, mas conheço igualmente a complexidade acrescida que é para a sua promoção, muito particularmente no mercado externo.
Continuo a acreditar que essa será uma boa solução, saibam os responsáveis vencer as guerras de capelinhas normalmente associadas à localização da sede, aos pesos partidários, à distribuição de lugares e outras minudências que normalmente retiram inteligência e sagacidade a qualquer decisão nacional. Vamos esperar para ver…
Mas se uma parte do território turístico de Leiria-Fátima até poderá sobreviver sem um esforço permanente de promoção e captação de visitantes, a capacidade hoteleira instalada em Fátima, não resistirá à ausência de uma atividade promocional concertada, dirigida e sistematicamente desenvolvida. Daí a importância de Fátima encontrar rapidamente uma solução para ultrapassar as atuais limitações, unindo esforços de entidades e empresas, alocando meios e procurando apoios. Em boa verdade, a sua especificidade e dimensão prejudicam a promoção das outras diferentes realidades, assim como Fátima é tantas vezes prejudicada, por esta necessidade de afirmar a diversidade. E isto sem colocar em causa o trabalho específico e estatutariamente definido da Entidade Regional de Turismo.
Não posso deixar de lamentar a forma em como Leiria se parece preparar para perder mais uma área específica de competência e intervenção (e aqui não estou a falar da autarquia), preocupando-se mais com bafientos jogos de bastidores, medindo forças ou colocando peões, ou mais grave ainda, quando alguns dos mais interessados atores da atividade turística sorriem sobre a desgraça alheia, não tendo ainda percebido que esta pode ser o princípio da sua.
Francisco Vieira
Diretor Executivo da INSIGNARE
in Jornal de Leiria, 12 de Maio de 2011

10/05/11

INSIGNARE implementa Pólo de Formação na Freixianda

No dia 9 de Maio, celebrou-se um protocolo de cooperação entre a INSIGNARE, o Município de Ourém, o agrupamento de Escolas da Freixianda e as Juntas de Freguesia de Casal dos Bernardos, Formigais, Freixianda, Ribeira do Fárrio e Rio de Couros, com vista à instalação de um pólo de formação inicial e continua na zona norte do Concelho.


Este novo pólo de formação ficará instalado no edifício da Escola Básica N.º 1 da Freixianda que ficará desocupado aquando da transferência para o novo centro escolar em construção, já a partir do próximo ano lectivo. Até lá, funcionará provisoriamente na Junta de Freguesia da Freixianda, com início no dia 16 de Maio (segunda-feira), local onde estará duas tardes por semana um técnico da INSIGNARE para esclarecimento de dúvidas, inscrições e encaminhamento das pessoas que aí se dirijam.

O objetivo de constituição deste pólo de formação, envolvendo todos os parceiros acima mencionados, possibilitará um agrupar de sinergias com o intuito de levar às zonas mais interiores do Concelho de Ourém a possibilidade de usufruir de um conjunto de oportunidades formativas até agora centradas apenas na sede do Concelho ou dinamizadas em centros com maior densidade populacional como Fátima.

Especificamente, o Pólo permitirá o reconhecimento e validação de percursos escolares e profissionais (através do Centro Novas Oportunidades), o desenvolvimento de formações direcionadas às necessidades específicas destas populações (através do Centro de Formação Contínua) e ainda o desenvolvimento de cursos de educação e formação de jovens, utilizando o know how das duas escolas profissionais propriedade da INSIGNARE (Escola Profissional de Ourém e Escola Profissional de Hotelaria de Fátima) no que respeita ao desenvolvimento de cursos com forte cariz tecnológico e prático, muito direccionados à inserção no mercado de trabalho.

Este novo pólo formativo incorporará ainda a valência de apoio à inserção profissional dinamizando uma bolsa de emprego que tentará adequar ofertas e procuras de emprego.

07/05/11

Portugal na UE – Uma Perspectiva sobre os próximos 25 anos” (Participação da EPO no Parlamento Jovem Municipal)



(Texto da apresentação da EPO na 1ª sessão do Parlamento Jovem Municipal, que teve lugar no dia 6 de Maio)

"Actualmente assiste-se a um certo desalento perante o processo de integração comunitária de que Portugal faz parte integrante há 25 anos.

O alargamento da União Europeia aos países de Leste, a diminuição das ajudas financeiras e a reforma das instituições europeias, têm envolvido algum pessimismo relativamente ao futuro da participação portuguesa na UE.

Os jornais portugueses inundam-nos com discursos pessimistas sobre o futuro do nosso país na União Europeia. Esta percepção tem sido agravada pela crise económica que nos assola desde os finais do ano 2008.
Mas nós recusamo-nos a encarar o futuro com pessimismo.
Somos jovens e, por essência, sonhadores. Mas também somos empreendedores e queremos empenhar-nos activamente na concretização desses sonhos.
Dentro de 25 anos nós, os jovens que aqui estamos, seremos adultos na faixa etária dos 40. Isto significa que a nossa geração será a responsável pela mudança nos próximos 25 anos.
Está nas nossas mãos sonhar e concretizar esses sonhos. Enquanto cidadãos portugueses e europeus.

Nós sonhamos com a continuidade dos apoios à formação dos jovens e à qualificação de activos, que permitam aos nossos filhos terem crescentes e reais oportunidades profissionais.

Nós sonhamos com a manutenção de um amplo espaço de livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, no qual passamos a escolher onde exercer a nossa profissão.

Nós sonhamos com a igualdade de direitos para todos os cidadãos europeus, no que respeita às condições de acesso ao ensino superior e ao emprego.

Nós sonhamos com a nossa realização enquanto profissionais, potenciada pelo acesso a uma formação constante ao longo da vida, capaz de fazer da nossa geração a responsável por devolver a competitividade ao trabalho e à economia.

Nós sonhamos com uma ampla e digna assistência à família, à infância e à velhice.

Nós sonhamos com um Portugal que produza de forma crescente, equilibrada e sustentada, acompanhando com uma proximidade crescente os “parentes mais abastados” da família europeia.

Nós sonhamos com uma crescente equiparação dos nossos rendimentos aos melhores países da UE.

Nós sonhamos com crescimento das empresas portuguesas e com o aumento da sua competitividade, de forma a que sejam capazes de evidenciar todo o nosso (já provado) potencial humano e cientifico.

Finalmente, sonhamos ainda com uma Europa solidária, capaz de ajudar prontamente os seus membros mais frágeis, dignificando a “família” europeia.

A verdade incontornável é esta: somos nós que temos de tomar as medidas necessárias para realizar os nossos sonhos. E esta tarefa é hoje, mais que nunca, extremamente ambiciosa, dado o quadro de crise económica que atravessamos.

Eça de Queirós, escreveu em 1891: “Portugal tem atravessado crises igualmente más: mas nelas nunca nos faltaram homens de valor e com carácter”.
A uma distância de 120 anos, pensamos poder confirmar as palavras deste nosso ilustre escritor. É a nossa geração que assumirá, em menos de nada, os destinos da nação, e queremos ser pessoas de valor e de carácter, capazes de revelar empreendedorismo e espírito de missão.

Reconhecemos o saldo positivo da adesão de Portugal à União Europeia e acreditamos que Portugal, ele próprio, pode continuar a beneficiar, em várias vertentes, a Europa comunitária.

Sonhamos fazer activamente parte do amanhã. Queremos concretizar nossos sonhos.

A proposta que aqui trazemos é simples: Pedimos à geração que assume os destinos da nação hoje que apoie, instrua, forme e qualifique a geração de amanhã, de forma a dotá-la das competências necessárias à concretização dos seus sonhos.

Acabamos a nossa intervenção com a citação de parte do poema “Pedra Filosofal”, de António Gedeão
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança

Obrigado!"


Porta voz da EPO: Adriana Sousa (GES 10.13)

Membro da Mesa: João Ferreira (GES 10.13)

Margarida Rodrigues (Profª Responsável)

“Um balanço de 25 anos de adesão de Portugal à União Europeia” (Participação da EPO no Parlamento Jovem Municipal)


(Texto da apresentação da EPO na 1ª sessão do Parlamento Jovem Municipal, que teve lugar no dia 6 de Maio)

"Bom dia para todos. Desde já em nome da Escola Profissional de Ourém gostaria de agradecer o convite que nos foi endereçado pela Câmara Municipal de Ourém e pelo Centro Europe Direct de Santarém para estarmos aqui presentes nesta sessão. Foi com enorme agrado que aceitámos este desafio de reflexão e desenvolvimento de conhecimentos relacionados com a Europa.

Apesar de nenhum dos jovens aqui presentes hoje ter assistido à adesão de Portugal à União Europeia, fomos talvez até agora uma das gerações que mais beneficiou com essa adesão.

Apesar de muitos se terem mostrado relutantes perante a referida adesão, e de muitos outros ainda elaborarem prognósticos reservados, os números demonstram uma história de sucesso.
Alguns dados estatísticos comparativos, recolhidos da Eurostat, permitem-nos adivinhar o balanço positivo da nossa adesão à União Europeia.

Vejamos alguns desses dados, a título meramente exemplificativo:
-Há 25 anos a esperança de vida à nascença dos portugueses era de 73.7 anos e em 2007 já ultrapassava os 78,6;
-Em 1986, por cada 1000 nascimentos morriam cerca de 18 crianças com idade até um ano , em 2008 o valor situava-se em 3.3;
- A taxa de escolarização do ensino pré-escolar não chegava aos 23% em 1985, em 2009 já passava dos 82%
- O número de telefones fixos por 100 habitantes subiu de 15 para 42. No caso dos telemóveis, a taxa de penetração situa-se hoje nos 92,8%, sendo claramente uma das mais altas de toda a UniãoEuropeia.
- Em 1985, existiam 245 médicos por 100 mil habitantes; em 2009, existiam 377 (que ainda assim, como todos sabemos, está longe do número óptimo.
- As acessibilidades também revelaram um desenvolvimento bastante positivo. Em 1988 os Xutos e Pontapés lançaram uma música que dizia:” De Bragança a Lisboa são 9 horas de distância.” O que era natural uma vez que só existiam 106 km de auto-estrada. Em 2007 a viagem já era possível em 5horas já que o número de quilómetros aumentou para 2613 Km

Estes são apenas alguns dos muitos exemplos que poderíamos trazer aqui hoje. Podemos legitimamente afirmar que, ao fim destes 25 anos se observa :
- uma melhoria dos indicadores de qualidade de vida e de saúde
- uma transformação profunda nas condições de mobilidade e acessibilidade;
- um desenvolvimento notório ao nível das Tecnologias da Comunicação e Informação, com o aumento substancial do número de utilizadores das novas tecnologias e da internet
- Uma clara disseminação das TIC, com os organismos estatais a conseguirem reduzir a distância em relação aos seus cidadãos, através da criação de plataformas electrónicas dos serviços públicos.
- Uma intensa construção de infraestruturas como escolas, hospitais, estruturas de apoio às crianças e aos idosos, equipamentos desportivos, ou de apoio ao lazer, entre outras.

Estas e outras mudanças consubstanciam mais valias trazidas pela adesão de Portugal à União Europeia.

A convergência de Portugal em relação à média dos países da União Europeia aumentou consideravelmente: o país deixou de ser considerado periférico em relação a uma Europa em claro progresso e foi criando condições para responder de forma mais eficaz aos desafios da globalização que teve e tem de enfrentar.
Com a ajuda dos fundos estruturais e do fundo de coesão, o país pode experimentar a expansão económica numa fase inicial e viu o seu Produto Interno Bruto a aproximar-se da média dos países da U.E

Neste momento, a integração europeia faz-se a 27, o que faz da U.E uma dos maiores espaços de comércio do mundo, e Portugal é orgulhosamente, um dos seus estados membros.
Portugal também entrou na moeda única no pelotão da frente, o que nos permitiu uma franca aproximação das economias dos euro membros, apesar dos sacrifícios impostos em nome dos critérios de convergência.
Muitas das regras que hoje são observadas por cidadãos, empresas, instituições e Estado são “made in Europa” – a aproximação das legislações dos estados membros ao nível monetário, ambiental, social ou cultural, entre outros, permitem que também os laços entre os Estados membros sejam estreitados, com tudo o que de positivo daí advém.
A relevância das mudanças ocorridas em 25 anos de integração europeia também têm sido fundamentais para potenciar o contributo mais activo de Portugal para a construção europeia . Portugal tem recebido muito da Europa, há que reconhecê-lo, mas também tem dado contributos, mais ou menos significativos, para a construção de uma Europa forte, coesa e unida. Neste sentido, realça-se o papel activo que Portugal tem assumido nas negociações com os PALOP e Timor Leste e até com o Brasil.
Mas não podemos negar como válidos alguns argumentos dos cépticos desta integração. Houve êxitos, mas também foram impostas novas regras, nem sempre favoráveis a Portugal, apesar de vantajosas para o todo que é a União Europeia.
Nem podemos considerar que a adesão de Portugal à U.E foi a cura para todos os males. Basta ver as notícias que diariamente são publicadas na imprensa para, mais do que nunca, colocar essa fantasia de parte.
Portugal tem ainda muito para fazer: tem de aumentar a produtividade do trabalho, deve melhorar os contributos do I&D português para a inovação empresarial, tem de potenciar a utilização das infraestruturas construídas ao longo destes 25 anos e deve ainda promover a melhoria sustentada do nível de qualificação e formação da população activa portuguesa.
Estes parecem-nos ser alguns dos principais desafios com que Portugal se depara.
Pedimos aos nossos governantes que enfrentem os desafios e que o façam com “garra” e entusiasmo pois, no nosso entender, só assim será possível conseguir aproveitar todas as sinergias criadas no seio da União Europeia ao longo das suas seis décadas de existência. Também nos parece que só com esse espírito será possível utilizar essas sinergias para alavancar o progresso económico e social, que nos permita abandonar rapidamente o cenário de recessão em que nos encontramos.
É útil olhar para o passado com os olhos na visão de um futuro que se quer construir. A vida só pode ser compreendida quando se olha para trás, mas só pode ser vivida quando se olha para a frente.

Obrigado! "






Porta voz: Adriana Sousa (GES 10.13)



Membro da Mesa: João Ferreira (GES 10.13)



Margarida Rodrigues (Profª Responsável)

02/05/11

O Espaço do Aluno: Materiais amigos do ambiente

A nossa prova de aptidão consistiu na medição e orçamentação de um edifício, tal como todas as provas de aptidão do nosso curso, o curso técnico de construção civil – variante de medições e orçamentos. A principal diferença do nosso trabalho é que, tendo em conta a atual preocupação ecológica, procurámos materiais ecológicos e eficientes.
Pudemos observar que estes materiais, apesar de terem um custo superior, são bastante atrativos pois são tão ou melhores que os tradicionais e reduzem a pegada ecológica. Alguns exemplos são o aglomerado de cortiça expandida que é um excelente isolador térmico e acústico mas também um produto nacional. O tijolo revestido a gesso é outro material, que apesar de importado, reduz o tempo de execução de alvenarias e consequentemente o custo de mão de obra.
A tinta ecológica é uma excelente alternativa às tintas plásticas tradicionais, pois para além de não ter componentes nocivos ao ambiente e às pessoas, também não tem o odor característico que é desagradável.
Pensamos que o sector da construção civil, apesar da conjuntura atual, irá apostar nestes materiais no futuro. É urgente encontrar soluções mais amigas do ambiente dado é do interesse de todos.
Alexandra e Marina, Curso Técnico de Construção Civil

Expectativas para o futuro!

Historicamente, as crises apenas são verdadeiramente debeladas com o esforço útil de toda a sociedade civil. Se todos nós abandonarmos a convicção de impotência perante os desígnios da crise instalada e, no espaço que gravita em nosso torno, tudo fizermos para haver mais ocupação e menos preocupação, mais trabalho produtivo e menos show off, mais exigência efectivamente útil e menos pergaminhos, certamente, poderemos deixar aos nossos filhos um País mais estável, mais próspero, enfim um País mais feliz. É essa a nossa obrigação, começando em cada um de nós, onde estivermos e agora. Temos de agir em função da nossa responsabilidade implícita de cidadãos e não reagir em função do atroz fatalismo que nos condena….
Os sinais do tempo que vamos vivendo apontam para uma produtividade teimosamente baixa, não reflectindo o manifesto incremento no número de licenciados que as nossas universidades vão colocando no mercado de trabalho, bem como a melhoria substancial do grau de literacia patenteado pelos nossos cidadãos. O saber é muito importante, mas o saber fazer bem será, certamente, muito mais. Já não há tempo para apenas saber ou saber fazer mal…….
A Escola Profissional de Ourém desenvolveu, ao longo dos seus vinte anos de existência, continuados esforços no sentido de formar jovens para o mercado de trabalho, dotados de uma vasta formação aos níveis pessoal e profissional, nas várias áreas de formação.
Efectivamente, o lema sempre foi dotar os jovens de capacidades pessoais e operativas que lhes permitam acrescentar valor às organizações ou empresas onde venham a ser integrados, contribuindo assim para a otimização de recursos, enfim para a melhoria dos níveis de produtividade.
A crise transversal que atravessa o País terá, necessariamente, implicações profundas nos hábitos e padrões de consumo dos cidadãos. Sendo a construção civil e obras públicas um dos mais fieis barómetros da economia é expectável que ocorram mudanças significativas do tipo de procura associada ao respectivo mercado.
O Curso Profissional de Técnico de Construção Civil/Variante de Medições e Orçamentos, a formar jovens há mais de uma década, está dotado de um corpo docente atento aos sinais e necessidades do mercado tudo fazendo para ajustar no tempo as incidências mais marcantes da formação desenvolvida, contribuindo assim para que os nossos jovens possam estar dotados de padrões de enquadramento técnico e operativo que lhes permitam ser mais competentes e mais eficazes, em
suma mais produtivos. Genericamente, os jovens que entretanto concluíram o curso, adquiriram competências que lhes permitiram gerar o seu próprio negócio ou encontrar um emprego em empresas de Construção Civil e Obras Públicas, onde o trabalho desenvolvido e a capacidade de integração a todos nos orgulha.
Este vasto historial, é o rosto do trabalho de quem forma jovens não descorando da preocupação de que a vertente humana não poderá ser um ponto fraco na formação de cidadãos, bem como a consciencialização de que a aprendizagem deve ser realizada através de métodos participativos que fomentem a motivação para continuar a aprender ao longo da vida.
É fundamental dotar os jovens que por vezes apresentam dificuldades na aprendizagem de matérias de âmbito geral, como o Português, Matemática e outras, a desenvolverem gosto por uma profissão. Este processo não é difícil, basta que todos os envolvidos tenham esta noção, que sintam orgulho pelo trabalho que desenvolvem, que tenham disponibilidade para ensinar, ouvir e acompanhar, no seu horário de trabalho ou fora dele, os alunos e respectivos encarregados de educação. Devem ser privilegiados os métodos activos, que reforcem o envolvimento dos formandos, a auto-reflexão sobre o seu processo de aprendizagem, a partir da partilha de pontos de vista e de experiências no grupo, e a co-responsabilização na avaliação do processo de aprendizagem.
Refiro os encarregados de educação, neste processo de formação, pela vital importância que tem a proximidade às suas famílias. Só compreendendo muito bem os nossos alunos podemos ampliar as suas características positivas e minimizar as consideradas menos interessantes.
Só com um canal aberto com os encarregados de educação é possível um trabalho de equipa salutar na formação dos nossos jovens.
Em suma, os jovens neste curso aprendem a saber fazer. Colocam sem dúvida as “mãos na massa”. Têm oportunidade para fazer errado. Observar o erro e fazer posteriormente de forma correcta. Este método de aprendizagem proporciona um sólido saber fazer, motiva os alunos, amplia as suas expectativas e sentido de responsabilidade.
A EPO e os alunos do curso de construção civil contam ainda com um vasto conjunto de empresários conscientes da necessidade de formar jovens com competências e aptidões na área das suas empresas. Assim, os alunos têm oportunidade de desenvolver ao longo do curso, 6 meses de estágio curricular em contexto de trabalho. Nestes meses de formação em contexto real, os alunos/estagiários, são acompanhados por professores da escola e por monitores das empresas, no sentido de orientar a sua formação e superar as dificuldades que ainda não tenham sido ultrapassadas. Os futuros técnicos de construção civil, além de terem oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos e aprendizagens adquiridas nas aulas, acumulam saberes que em contexto de escola, nas salas de aula, seria de todo impossível de proporcionar.
Ao concluírem o curso, os alunos obtêm a dupla certificação. Assim, ficam com o 12º ano de escolaridade, que lhes proporciona, caso assim entendam, a continuidade nos estudos para um curso de nível superior e o CAP profissional. O CAP profissional permite a inserção imediata na vida activa no mercado de trabalho.
O Curso Profissional de Técnico de Construção Civil/Variante de Medições e Orçamentos tem a preocupação em formar jovens com espírito criativo e inovador, pessoas com noção de que o razoável já não satisfaz, cidadãos humildes mas orgulhosos do seu trabalho e empenho, futuros técnicos dotados de conhecimentos científicos adaptados às necessidades do mercado de trabalho e futuros quadros de empresas dotados de capacidades para a adaptação, articulação e acompanhamento dos tempos que se avizinham.
Célia Fonseca

Permiti-me...

Permiti-me a ousadia de escrever qualquer coisa a esta escola!
Fui convidada a participar num Júri de Provas de Aptidão Profissional de Recepção como representante das entidades da zona nesta matéria.
Para já agradecer este “posto” e este convite. Espero que tenha desempenhado um papel contíguo ao espectável e que não tenha defraudado expectativas. Obrigada!
Curioso a forma de aprendizagem que temos, as perspectivas diferentes aquando do ciclo da nossa vida, as responsabilidades que sentimos e o que isto tudo permite, enquanto seres que pensam sobre as formas de ensinar e avaliar permitindo uma evolução adequada ao tempo, ao espaço e às personagens.
Já fui estudante (ainda o sou) e já fui avaliada, portanto há sempre um factor a ter em conta – stress, ansiedade, nervosismo. Curiosamente é muito bom de se sentir! Permite que a pessoa funcione e realize as tarefas pretendidas!
No que concerne à responsabilidade que sentimos, refiro-me à ”Comunidade Escolar”. Quando se utiliza este termo, pensa-se em escola, professores, auxiliares, pais… No entanto, penso que esta enunciação ganha outra expressão se todos nos implicarmos, principalmente se considerarmos que a prática é essencial e, por isso mesmo, as escolas profissionais ganham um status necessário à comunidade empregadora. Foi uma aposta ganha há 20 anos atrás quando se colocou a primeira pedra da EPO e que agora emerge uma série de outros e novos projectos.
Se acreditamos assim num modelo Humanista e na dita forma de aprendizagem da Ilha da Utopia, então acreditaremos na importância da prática e desta para a teoria, sendo que até a brincar se aprende. Nesse sentido, pensarmos sobre a educação e a sua forma pressupõe ter coragem para a mudança e avaliar novos métodos adequados a novas realidades.
Resta-me, então, dar os Parabéns à Escola de Hotelaria de Fátima por ter inovado num novo método de avaliação, que considero até muito mais lucrativo para os alunos, pelo acompanhamento que a equipa dá aos seus alunos e as promessas cumpridas da inserção no mercado de trabalho! Os vossos alunos têm sido um espelho que reflecte uma imagem de trabalho humanizado feito, junto de cada um!
Parabéns!
Filipa Perfeito