17/02/10

Segunda fase do Concurso Nacional de Leitura

Drácula – Bram Stoker
Vampiros, lobisomens e outras figuras demoníacas, podem ser encontradas no folclore europeu ao longo de vários séculos de histórias e crenças populares. Partindo desta panóplia de lendas e mitos, mas baseando-se na figura de Lorde Byron, Polidori escreveu a primeira obra inglesa sobre vampiros, que marcará a caracterização posterior destas criaturas no género.
Anos mais tarde, no final da época Victoriana e no virar do século, Bram Stoker escreve Drácula, um clássico de horror/ terror que apesar de bem acolhido pelo público, demorou longos anos até ver a luz da publicação. Como inspiração para vampiro escolheu Vlad Tepes III o Empalador, um nobre da Transilvânia conhecido pela sua cultura, inteligência, mas acima de tudo, crueldade. Stoker prolonga os feitos da personagem além morte, fazendo com que esta encarne um vampiro estranhos poderes sobrenaturais.
E é ao castelo de Vlad Tepes, nas montanhas do Cárpato, que Jonathan Harker se desloca a partir de Inglaterra, para exercer as suas funções de solicitador. Durante a viagem, depara-se com a estranha reacção dos aldeões quando lhes revela o seu destino, e o troço final transforma-se num misto de irrealidade e de pesadelo. Finalmente no castelo, em pouco tempo se vê prisioneiro do conde, assistindo a episódios macabros e conhecendo personagens sedutoras e maléficas. Psicologicamente afectado, escapa após diversas tentativas, regressando aos braços da sua doce e virtuosa noiva Mina, na terra natal. Do terror vivido duvida, pondo em causa a sua própria sanidade. Pouco tempo depois, um barco atraca em Inglaterra, no meio de uma tempestade – a bordo, apenas sobreviveu um grande cão preto.
Entretanto Mina visita uma amiga de longa data, Lucy, na proximidade do seu casamento, e verifica que esta torna ao sonambulismo típico de infância – vítima do vampiro, a jovem sucumbe à fraqueza e a caça ao Drácula inicia-se.
No limiar entre a superstição e a ciência, entre o moderno e o tradicional, é visível o confronto, a passagem da crença para a tecnologia teve lugar na época Victoriana.
Por um lado utilizam-se os últimos avanços da medicina no tratamento e na perseguição do vampiro, por outro, baseam-se em crenças populares para definir as causas da doença e para a amenizar os sintomas.
As figuras heróicas são essencialmente homens, dispostos a enfrentar os piores pesadelos, mas não só – um dos papéis principais é feminino – uma mulher frágil, pura mas corajosa que inspira e incentiva a perseverança masculina.
É uma obra que reflecte a época em que foi escrita, e apesar de a história ser comummente conhecida, não deixa de ter o seu interesse.

Fátima Lucas

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