21/03/12

A importância da indústria de moldes em Portugal

 Para compreendermos um pouco a importância da indústria de moldes em Portugal, teremos de analisar o seu peso na nossa economia e mercado de emprego.

Os dados estimados falam em 400M€ envolvidos sendo que, 90% desse valor são exportados. No total, representa cerca de 1% das exportações totais de Portugal.
A indústria emprega cerca de 10.000 colaboradores, sendo um importante sector de emprego nacional.
Os principais sectores consumidores de moldes nacionais são a indústria automóvel (60%), a produção de electrodomésticos (8%), embalagem (7%) e electrónica (5%).

As empresas perdem em alguns pontos chave como a passividade comercial e fraco conhecimento de mercados alternativos. A falta de associativismo e cooperação entre empresas é outro dos pontos que devia ser revisto pois poderia permitir a partilha de informações, contactos, negócios e poderia também levar a um maior poder negocial.
Com um valor médio de 20.000€/ton, os moldes nacionais não podem ser considerados “baratos” muito por causa da (ainda) baixa produtividade mas também devido ao elevado know-how e especificidade técnica dos mesmos.
O saber fazer é, sem dúvida, um dos maiores trunfos nacionais, que é usado para combater países muito mais produtivos como o Japão, os EUA, Alemanha ou China, sendo que esta caracteriza-se mais pelo baixo custo, quer em mão de obra, quer em preço de matéria-prima.
Além disso, as empresas fabricantes de moldes têm-se tornado empresas de excelência apostando essencialmente em boa tecnologia e qualificação dos quadros pessoais, além de vontade de evoluir. Isso traduz-se em produto de qualidade.
Não bastando somente vender, também é necessário produzir, sendo que para isso, é necessário tecnologia e pessoal formado.
Uma das áreas mais críticas é o departamento de projecto, sendo que tem bem a seu lado a fabricação propriamente dita, especialmente a programação e maquinação.
A programação e maquinação são áreas deveras importantes sendo que se deve apostar em formação intensiva. É importantíssimo que haja instituições a formar técnicos, com base prática e possibilidade de estágios no mundo real.
Devido à enormíssima diversidade possível de projectos, é fundamental ter pessoas muito rotinadas e treinadas para que facilmente consigam executar as peças disponíveis, não somente a qualidade de execução (fundamental) bem como a velocidade e a baixo custo.
Muito facilmente se destrói uma peça, que teria de ser refeita, ou se destrói um conjunto de ferramentas, que normalmente têm um valor bastante elevado.
Um dos componentes fundamentais numa boa fatia de moldes produzidos, calcula-se que em 35-40%, é o sistema de injecção quente.

Este é um componente que tem como função fazer a distribuição do plástico, já em estado de fusão, pelos diversos pontos na cavidade do molde.

O equipamento permite reduzir o desperdício de material, ao evitar os gitos/canais, que irão para a reciclagem ou o reaproveitamento (moagem) para posterior utilização.

Além disso, permite reduzir o tempo de ciclo, devido ao material já estar em fusão dentro molde, além de não perder calor e consequente velocidade nos canais/gitos.

Outra importante vantagem, é a de ser possível injectar o plástico nos pontos estratégicos mais adequados, muitas vezes impossível de ser executado com canais frios.
Devido à possibilidade de controlo dos pontos de injecção, também a qualidade final das peças sai em muito beneficiada, quer em marcas ou linhas de união, quer em queimados ou gases ou mesmo compactação de materiais.
Desde que foi fundada em 1980, a Yudo Co, sediada na Coreia do Sul, tem tido uma ascensão fulgurante, muito devido à qualidade e inovação dos seus produtos, bem como ao custo reduzido, prazos e flexibilidade de entrega.
A expansão para a Europa começou no inicio da década de 90 sendo que, iniciou a sua representação em Portugal a partir de 1998.
Devido à forte expansão da marca Yudo, houve a necessidade de criar uma fábrica, sendo Portugal a escolha mais lógica, quer em saber fazer, a importante indústria de moldes e a sua localização geográfica.
A fábrica foi iniciada em 2007, transferindo-se para umas novas instalações em 2011.
A Yudo conseguiu atingir o topo, sendo neste momento o maior fabricante de canais quentes do mundo, com mais de 2000 colaboradores, 5 fábricas e mais de 50 agências de venda que cobrem praticamente todos os países.

Eng.ºAntónio Quitério | Comercial Manager – Export
yudoeu - Portugal      www.yudoeu.com

Rui Henriques  ( Docente - EPO )

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