29/02/12

Obras selecionadas para a 2ª fase do Concurso Nacional de Leitura

No próximo dia 18 de abril, entre as 13h00 e as 17h30, realizar-se-á a 2ª fase da VI edição Concurso Nacional de Leitura (distrito de Santarém), no município da Chamusca.
Duas obras selecionadas fantásticas: "A viagem do elefante", de José Saramago" e "A sombra do vento", de Carlos Ruiz Zafón.
Boas leituras: Cláudia, Simão e Ana!


A viagem do elefante, José Saramago

O elefante Salomão, renomeado Solimão por quem pôde fazê-lo, veio da Índia para Lisboa e cá esteve mais de dois anos. Não sabemos porque veio.
Esteve em Belém e, depois de ter sido alvo de todas as atenções, foi perdendo a aura que a novidade empresta e que durante algum tempo lhe trouxe frequentes e até ilustres visitas.
Quando o rei D. João III de Portugal resolve oferecer o elefante a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, resolve dois problemas de uma assentada: encontrar um presente de exceção à altura do presenteado e dar um destino ao elefante. Mas vai encontrá-lo e ao seu cornaca Subhro, que veio a ser Fritz, no cercado em que ambos moravam em Belém, exibindo triste condição, denunciadora do esquecimento que foi caindo sobre eles, e longe da imagem de dignidade exigida a um presente para as excelsas figuras do arquiduque e sua esposa.
É posta imediatamente em marcha uma operação de asseio, e conhecida a aceitação do presente por parte do presenteado, o rei faz constituir, sem mais demoras, uma extensa comitiva para prover às necessidades de Salomão durante a viagem, à sua segurança, e às exigências diplomáticas da missão.
A comitiva põe-se em marcha em direção à fronteira espanhola em Castelo Rodrigo, onde se encontrarão com o exército austríaco. Após alguma tensão entre os dois exércitos quanto à entrega do presente, Salomão acaba por sair dali sob a responsabilidade duma comitiva mista, portuguesa e austríaca, com direção a Valladolid, de onde, pouco depois prosseguirá viagem para Viena de Áustria, já na companhia dos seus novos donos.
Os sucessos da viagem e as personagens que surgem no caminho, as dificuldades enfrentadas por elefante e comitiva por essa Europa acima em direção à Áustria, por caminhos de terra e de mar, são uma metáfora da vida e da humanidade, construída pela escrita viva do detentor do prémio Nobel de 1998, com a lucidez e a ironia que o caracterizam.





A sombra do vento, Carlos Ruiz Zafón

Tudo começa em Barcelona, em 1945. Numa madrugada fantasmagórica, o pai de Daniel Sempere leva-o a um misterioso lugar no coração do centro histórico da cidade, o Cemitério dos Livros Esquecidos. O lugar, conhecido de poucos barceloneses, é uma biblioteca secreta e labiríntica que funciona como depósito para obras abandonadas pelo mundo, à espera de que alguém as descubra. É lá que Daniel encontra um exemplar de A Sombra do Vento, do também barcelonês Julián Carax.
O livro desperta no jovem e sensível Daniel um enorme fascínio por aquele autor desconhecido e pela sua obra, que ele descobre ser vasta. Obcecado, Daniel começa então uma busca pelos outros livros de Carax e, para sua surpresa, descobre que alguém vem queimando sistematicamente todos os exemplares de todos os livros que o autor já escreveu. Na verdade, o exemplar que Daniel tem em mãos pode ser o último existente. E ele logo irá entender que, se não descobrir a verdade sobre Julián Carax, ele e aqueles que ama poderão ter um destino terrível.
A Sombra do Vento usa o cenário grandioso de Barcelona, com as suas largas avenidas, os seus casarões abandonados, a sua atmosfera gótica, para ambientar um romance arrebatador que é também uma reflexão sobre o poder da cultura e a tragédia do esquecimento. A busca de Daniel marca a sua transformação de menino em homem, e desperta no leitor um fascínio renovado pelos livros e pelo poder que eles podem exercer. Ao ler A Sombra do Vento, o desejo que se tem é de, assim como o menino Daniel, abrir as portas do Cemitério dos Livros Esquecidos e descobrir nos seus infindáveis corredores o livro que mudará as nossas vidas.


Fátima Lucas e Isabel Marques



23/02/12

A GESTÃO DA CRISE

Crise, indica uma fase de desordem no desenvolvimento normal de um sistema. Podemos identificar três componentes chave neste conceito: a ameaça, a incerteza e a urgência. Sempre que uma situação de crise ocorre numa empresa, resultante de falhas diretas ou indiretas, a sua imagem é colocada em causa. Isto obriga a ações acertadas e atempadas.

Constatamos no entanto que existem empresas (poucas) que, apesar de estarem munidas com planos de crise, não conseguem implementá-los na sua totalidade, ou seja, só uma pequena parte da organização tem conhecimento de como agir perante uma situação de crise. Isto pode levar a uma ineficaz gestão da crise. Em situações de crise é necessário atualizar todos os procedimentos da organização, assumir a situação e os erros que se cometeram. Não podemos esquecer que os rumores neste tipo de situações proliferam rapidamente.

Para que as coisas funcionem deve haver um alinhamento perfeito entre a equipa e o diretor, presidente ou administrador, porque quando tudo está quase perdido não há tempo para discutir as opções táticas de especialistas. Por outro lado, a gestão da crise tem um elevado custo pois envolve um elevado nível de stress porque a reputação da empresa ou instituição pode fazer vítimas entre todos.

A questão parece simples, parece que tudo se resume a comunicação e liderança, mas em tempos difíceis os bons líderes escasseiam e outros não sabem comunicar. Uma equipa fortemente motivada, coesa e orientada pode erguer o barco e fazê-lo avançar mesmo que seja contra maré, veja-se o caso nacional, e passo a publicidade, da empresa Sicasal. Tem mérito a gestão de topo, têm mérito os colaboradores e toda a opinião pública que assistiu, sobre as cinzas daquela crise, a manifestações de identidade, responsabilidade e até de afeto necessárias, mas muitas vezes esquecidas no mundo empresarial.

Ana Pinho
Docente

22/02/12

Alunos do século XXI (2) – Metodologias

Na sequência do post anterior, pretendemos agora apresentar algumas ideias ao nível das metodologias atualmente preconizadas para a formação dos alunos do século XXI. Estas assentam num conjunto de princípios que incluem:
Aprendizagem autêntica – relacionada com problemas e questões do mundo real;
Motivação interna – identificando e empregando ligações emocionais na aprendizagem;
Aprendizagem multimodal – utilizando diferentes modos de comunicação;
Aprendizagem social – usando o poder da interação social para aumentar o impacto da aprendizagem.

A aprendizagem baseada em projetos integra os princípios enunciados e é defendida, por vários autores, como uma metodologia que corresponde às exigências atuais da educação. Na aprendizagem baseada em projetos pretende-se resolver um problema real de interesse para os alunos, relevante para a sua formação, que não tenha uma solução predeterminada e que constitua um desafio para eles. Mais do que fazer um projeto significa usar um método de ensino que implica ter um projeto.

Os requisitos essenciais para um trabalho de aprendizagem baseada em projetos são (1):
- Ter conteúdo significativo e questões reais;
- Organizar atividades em torno de um desafio ou questão orientadora, definida pelos alunos;
- Criar, nos alunos, a necessidade de saber e de fazer para dar resposta à questão orientadora;
- Envolver os alunos na investigação (os alunos fazem as questões, procuram as respostas e chegam a soluções);
- Ser inovador (os alunos criam novas ideias, novas interpretações ou novos produtos, únicos para responder à sua questão orientadora);
- Desenvolver competências do século XXI – pensamento crítico e criativo, colaboração e comunicação, competências estas que são ensinadas e avaliadas;
- Promover a participação ativa do aluno (com orientação dos professores) nas decisões que afetam o decurso do projeto, com possibilidade de fazer escolhas, fomentando a responsabilidade;
- Incluir feedback e reflexão sobre as aprendizagens;
- Concluir-se com uma apresentação pública (os alunos mostram os seus produtos ou apresentam soluções e explicam o seu trabalho, respondendo a questões relacionadas com o conteúdo e também com o processo).

Esta metodologia implica uma mudança de papéis, do aluno e do professor: o aluno torna-se um elemento central do processo e o professor um facilitador, um guia que vai guiando, apoiando, questionando.

Sofia Ferreira
Psicóloga


(1) De acordo com o difundido pelo Buck Institute for Education (www.bie.org) dedicado ao ensino e aprendizagem do século XXI. No seu site é possível encontrar informação sobre a aprendizagem baseada em projetos, vídeos e materiais (como grelhas e questionários orientadores) que podem ser usados por professores e alunos.

A Biblioteca da EPO


 Como muitos de vocês tiveram oportunidade de reparar, a Biblioteca da EPO funciona agora num novo espaço, com uma sala própria, plenamente equipada para as práticas da leitura, do estudo, dos trabalhos de grupo, e até do ensino na sua forma mais convencional. Houve desde o início desta nova fase, a preocupação de criar as condições ideais para que este fosse um espaço vivo de debate, de criatividade, de génio. Um lugar das ideias, e uma celebração viva e colectiva da cultura, da partilha, da interação.
 Nos tempos em que vivemos, os livros abrem as portas do mundo, precisamente quando elas parecem fechar-se. Dão-nos esperança, e mostram as raízes do engenho e do génio. Ao desmontarem o impossível, ao mostrarem caminhos, os livros são pura luz, sol, e calor.  A porta da nossa biblioteca deve abrir todas as portas. Para nos mostrar o universo, pelos olhos de Carl Sagan; ou uma infância sem fim, pela pena de Mark Twain… Para nos falar da visão de Darwin, ou Picasso; ou de como os Portugueses rasgaram um dia todos os horizontes, recusando-se a aceitar um destino onde não haja lugar para o sonho, para a aventura, para a descoberta… 
 Na nossa Biblioteca há verdadeiros tesouros, que falam de construções maravilhosas, de descobertas e práticas visionárias, de como as ideias mudam o mundo. Há nela sementes de conhecimento, de riqueza, de inconformismo, de esperança e progresso.
A Biblioteca da EPO é dos professores e dos alunos.  Viverá do seu esforço, da sua imaginação, da sua curiosidade, das suas ideias. Todos juntos faremos desta Biblioteca um lugar mágico de ideias, de conceitos, da palavra; e nela continuaremos juntos a alimentar esse sonho primevo do ensino, do conhecimento, da informação e da ciência: o de arrebatar das mãos dos deuses o fogo da sabedoria, e de reclamarmos para todos nós o eterno direito a sonhar.

César Adão - Professor da disciplina de Área de Integração

20/02/12

ROCA – POR UMA NOVA CULTURA DA ÁGUA

A turma do terceiro ano do curso técnico de gestão realizou na data de quinze de Fevereiro do corrente ano, uma visita de estudo à fábrica Roca de Leiria - líder mundial em espaços de banho, integrada na disciplina de Contabilidade e Fiscalidade no âmbito dos módulos, lecionados no presente ano letivo, que tratam a análise de gastos e o cálculo do custo industrial do produto acabado.

Deste modo a fábrica selecionada para consolidar conhecimentos e constatar em trabalho real o apreendido em aula foi extraordinariamente bem conseguido, uma vez que a visita guiada cumpriu claramente os objetivos propostos. A visita iniciou-se com uma apresentação, em auditório do centro de formação, do posicionamento da empresa no mundo, do segmento de mercado, da seleção de produtos e da sua responsabilidade social na economia global.

Dessa apresentação sobressaíram quatro conceitos responsáveis pelo sucesso da empresa: Inovação, Tecnologia, Sustentabilidade e Responsabilidade social. Inovação, pois a empresa colabora com designers e gabinetes de arquitetura reconhecidos pelo mundo fora permitindo a criação de propostas únicas e inovadoras. Tecnologia uma vez que a empresa aposta em soluções cada vez mais funcionais que permitem poupança de água e energia. Sustentabilidade, compromisso com o meio ambiente, aliada à tecnologia na poupança de água e energia e ainda na reutilização de materiais expelidos ao longo da produção. Responsabilidade social através da fundação “We Are Water”, criada para atenuar os efeitos da escassez de recursos hídricos no planeta, mostrando plena consciência de que a água é um recurso único e limitado.

Os referidos conceitos foram demonstrados ao longo da explicação do processo de fabrico, desde a conceção do produto, produção do molde, passando pela cerâmica, vidragem, embalagem e controle de qualidade. É de salientar a organização e segurança visíveis no espaço produtivo – layout – e a responsabilidade demonstrada pelos operários no cumprimento dos objetivos.


W+W - Filtra a água utilizada do lavatório para a sua reutilização na descarga da sanita.



A Roca é uma prova viva de que o sucesso é possível em tempos difíceis - junta inovação e tecnologia em benefício do desenvolvimento sustentável.



Beatriz Vieira
docente da disciplina de Contabilidade e Fiscalidade

07/02/12

Já pensou ser um vídeo-candidato?

"Quem disse que o You Tube era apenas diversão? Em tempos complicados no que se refere à entrada no mercado de trabalho, todas as armas são boas se significarem vantagem na chamada de atenção do empregador. E o vídeo é uma possibilidade que não se pode descartar.
Primeiro que nada, há que ter em atenção a qualidade de imagem, bem como a apresentação do candidato. Se, normalmente, a primeira impressão pesa, imagine como será para o seu potencial empregador.
A visualizar o vídeo, ele vai encará-lo como uma primeira fase da entrevista de emprego. Não fará sentido pensar em usar um vídeo tremido, feito com um telemóvel e com qualidade de som sofrível. Igualmente importante é a linguagem utilizada.
Não tem de parecer um especialista, mas deve demonstrar domínio da área profissional para a qual se candidata, procurando ser claro e “agarrar” a atenção de quem o vai ver.
A sua mensagem deve ser bem estruturada, não esquecendo uma pequena apresentação, a indicação dos seus objectivos pessoais, motivação para o lugar, conhecimentos e competências essenciais que detém. Mas nunca se “estique”. Três minutos parecem ser uma duração adequada. Ninguém está interessado numa longa-metragem.
Junte sempre um pouco de criatividade. Alguém monocórdico e pouco à vontade, muito provavelmente terá dificuldade em cativar o empregador. Por fim tenha cuidado na edição. Ninguém está à espera de um vídeo de profissionais, mas tente eliminar erros, hesitações muito prolongadas e ruídos de fundo. Escolher um “cenário” calmo e pouco confuso pode ser um bom ponto de partida.
Uma vez feito, coloque o vídeo no You Tube ou noutro site agregador de vídeos. E se enviar um email para se candidatar a um lugar, para além do currículo em papel, experimente a enviar o link do seu vídeo.
A vantagem do vídeo
No medidor do número de visitas pode sempre acompanhar o número de vezes que o seu currículo foi visionado. Assim terá uma ideia da receptividade que está a ter. Experimente. Quem sabe alguém lhe liga a dizer: “Acção”. Entrou no mercado de trabalho."

Fonte: Região de Leiria

Sandra Monteiro
Unidade de Inserção e Acompanhamento Profissional

01/02/12

Parte III: E-word-of-mouth (electronic word-of-mouth)

O crescimento exponencial da internet trouxe uma forma de comunicação menos pessoal e mais omnipresente designada por electronic word-of-mouth ou e-WOM, ou ainda online word-of-mouth.
Esta forma de comunicação é feita através da internet por parte de consumidores que pretendem partilhar a sua opinião com os outros, que poderá ser positiva ou negativa (ver Parte II).
Este novo tipo de comunicação word-of-mouth tornou-se num importante ponto de encontro das opiniões dos consumidores e é tido como mais eficaz do que a comunicação word-of-mouth do mundo offline, devido, essencialmente, à sua enorme acessibilidade e alcance.
As opiniões sobre os produtos e serviços que os consumidores partilham na internet constituem uma das principais formas de comunicação online e já é usual os consumidores procurarem no mundo virtual informações acerca dos produtos, serviços, marcas ou organizações, antes de efectuarem uma compra.
O facto dos consumidores terem à sua disposição uma plataforma digital que lhes permite, sem constrangimentos de espaço e tempo, a análise dos produtos e serviços e a possibilidade de participar activamente nessa análise, contribui para aumentar o seu nível de envolvimento e potenciar o word-of-mouth positivo. Neste sentido, devem as organizações estar atentas às comunicações feitas no mundo virtual acerca dos seus produtos, serviços, ou sobre si próprias, para poder intervir de forma proactiva, promovendo não só o WOM positivo, como reduzindo ou eliminando as fontes de WOM negativo, antes de os danos se tornarem irreversíveis.



Parte IV – As comunicações word-of-mouth como fonte de captação de alunos - a palavra da estatística.

Margarida Rodrigues
Docente da EPO
Mestranda em Marketing Relacional