04/12/12

Editorial jornal reporter 30/11/2012



Há poucos dias, o presidente do Fórum para a Liberdade de Educação (FLE), Fernando Adão da Fonseca, dizia que os novos tempos exigem que se eduque para a “diferença”, para a “flexibilidade” e para “o sentido crítico” e isso não existe no atual tipo de escolas. Dizia ainda ser urgente encontrar um sistema mais flexível que contemple “a liberdade de escolha das escolas por parte dos alunos”, caso contrário “vamos ter escolas que ensinam a produzir sapatos todos do mesmo tamanho e algumas pessoas vão ter muitas dores nos pés”.

Concordo com ele! Aliás, esta “nova” vertente para o ensino não é uma novidade que muitos educadores e pensadores livre vêm defendendo ao longo dos últimos anos. No entanto, pouco se tem feito neste sentido. Acredito também que estas mudanças, inevitáveis, a ocorrer terão de passar por um processo interno de cada escola e ao ritmo de cada uma. Se for algo imposto, e não adquirido de forma própria, não funcionará. Para tal, é portanto preciso mudar a mentalidade dos decisores e dos intervenientes diretos no processo, professores e alunos. Se bem que neste último caso, as coisas sejam mais simples, pois os próprios anseiam por mudanças.

Quanto mais leio, e descubro nos meandros da Internet, sobre esta temática, mais fico convencido que para o nosso caso em especial, o do ensino profissional, tal representa uma absoluta necessidade. Cada vez mais seremos o “porto-de-abrigo” para muitos jovens descontentes e inadaptados no atual sistema de ensino e que nos procuram na ânsia e expetativa de encontrar um novo rumo para a sua formação. Se lhes dermos «mais do mesmo», em que aspetos seremos diferentes? E não será na diferenciação que teremos de apostar para garantir o nosso futuro, nestes tempos tão difíceis?!

Toda esta nova mentalidade terá de romper de forma clara com o passado, e para tal nos paradigmas e desafios nos esperam. Há que não ter medo deles. Há que abandonar o conforto e a segurança adquirida pela via da experiência e procurar novos rumos, novas formas e novos métodos. A receita não existe! Caberá a cada escola descobrir a sua.

Estamos cientes da importância de mudar. Estamos atentos e vamos dando, timidamente, os primeiros passos nessa “nova” direção. Este ano letivo foi apenas mais um passo. Não podemos voltar atrás e temos de nos convencer de que, por uma vez por todas, o futuro que nos espera é incerto e pouco atraente, contudo temos ao nosso alcance todas as ferramentas para o mudar, embelezar e acima de tudo vencer. É isso a que nos propomos. Vencer, formando jovens vencedores e cada mais capazes de enfrentar o que os espera.

Ao futuro!

José Pegada
Diretor Pedagógico da EPO