02/05/11

Expectativas para o futuro!

Historicamente, as crises apenas são verdadeiramente debeladas com o esforço útil de toda a sociedade civil. Se todos nós abandonarmos a convicção de impotência perante os desígnios da crise instalada e, no espaço que gravita em nosso torno, tudo fizermos para haver mais ocupação e menos preocupação, mais trabalho produtivo e menos show off, mais exigência efectivamente útil e menos pergaminhos, certamente, poderemos deixar aos nossos filhos um País mais estável, mais próspero, enfim um País mais feliz. É essa a nossa obrigação, começando em cada um de nós, onde estivermos e agora. Temos de agir em função da nossa responsabilidade implícita de cidadãos e não reagir em função do atroz fatalismo que nos condena….
Os sinais do tempo que vamos vivendo apontam para uma produtividade teimosamente baixa, não reflectindo o manifesto incremento no número de licenciados que as nossas universidades vão colocando no mercado de trabalho, bem como a melhoria substancial do grau de literacia patenteado pelos nossos cidadãos. O saber é muito importante, mas o saber fazer bem será, certamente, muito mais. Já não há tempo para apenas saber ou saber fazer mal…….
A Escola Profissional de Ourém desenvolveu, ao longo dos seus vinte anos de existência, continuados esforços no sentido de formar jovens para o mercado de trabalho, dotados de uma vasta formação aos níveis pessoal e profissional, nas várias áreas de formação.
Efectivamente, o lema sempre foi dotar os jovens de capacidades pessoais e operativas que lhes permitam acrescentar valor às organizações ou empresas onde venham a ser integrados, contribuindo assim para a otimização de recursos, enfim para a melhoria dos níveis de produtividade.
A crise transversal que atravessa o País terá, necessariamente, implicações profundas nos hábitos e padrões de consumo dos cidadãos. Sendo a construção civil e obras públicas um dos mais fieis barómetros da economia é expectável que ocorram mudanças significativas do tipo de procura associada ao respectivo mercado.
O Curso Profissional de Técnico de Construção Civil/Variante de Medições e Orçamentos, a formar jovens há mais de uma década, está dotado de um corpo docente atento aos sinais e necessidades do mercado tudo fazendo para ajustar no tempo as incidências mais marcantes da formação desenvolvida, contribuindo assim para que os nossos jovens possam estar dotados de padrões de enquadramento técnico e operativo que lhes permitam ser mais competentes e mais eficazes, em
suma mais produtivos. Genericamente, os jovens que entretanto concluíram o curso, adquiriram competências que lhes permitiram gerar o seu próprio negócio ou encontrar um emprego em empresas de Construção Civil e Obras Públicas, onde o trabalho desenvolvido e a capacidade de integração a todos nos orgulha.
Este vasto historial, é o rosto do trabalho de quem forma jovens não descorando da preocupação de que a vertente humana não poderá ser um ponto fraco na formação de cidadãos, bem como a consciencialização de que a aprendizagem deve ser realizada através de métodos participativos que fomentem a motivação para continuar a aprender ao longo da vida.
É fundamental dotar os jovens que por vezes apresentam dificuldades na aprendizagem de matérias de âmbito geral, como o Português, Matemática e outras, a desenvolverem gosto por uma profissão. Este processo não é difícil, basta que todos os envolvidos tenham esta noção, que sintam orgulho pelo trabalho que desenvolvem, que tenham disponibilidade para ensinar, ouvir e acompanhar, no seu horário de trabalho ou fora dele, os alunos e respectivos encarregados de educação. Devem ser privilegiados os métodos activos, que reforcem o envolvimento dos formandos, a auto-reflexão sobre o seu processo de aprendizagem, a partir da partilha de pontos de vista e de experiências no grupo, e a co-responsabilização na avaliação do processo de aprendizagem.
Refiro os encarregados de educação, neste processo de formação, pela vital importância que tem a proximidade às suas famílias. Só compreendendo muito bem os nossos alunos podemos ampliar as suas características positivas e minimizar as consideradas menos interessantes.
Só com um canal aberto com os encarregados de educação é possível um trabalho de equipa salutar na formação dos nossos jovens.
Em suma, os jovens neste curso aprendem a saber fazer. Colocam sem dúvida as “mãos na massa”. Têm oportunidade para fazer errado. Observar o erro e fazer posteriormente de forma correcta. Este método de aprendizagem proporciona um sólido saber fazer, motiva os alunos, amplia as suas expectativas e sentido de responsabilidade.
A EPO e os alunos do curso de construção civil contam ainda com um vasto conjunto de empresários conscientes da necessidade de formar jovens com competências e aptidões na área das suas empresas. Assim, os alunos têm oportunidade de desenvolver ao longo do curso, 6 meses de estágio curricular em contexto de trabalho. Nestes meses de formação em contexto real, os alunos/estagiários, são acompanhados por professores da escola e por monitores das empresas, no sentido de orientar a sua formação e superar as dificuldades que ainda não tenham sido ultrapassadas. Os futuros técnicos de construção civil, além de terem oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos e aprendizagens adquiridas nas aulas, acumulam saberes que em contexto de escola, nas salas de aula, seria de todo impossível de proporcionar.
Ao concluírem o curso, os alunos obtêm a dupla certificação. Assim, ficam com o 12º ano de escolaridade, que lhes proporciona, caso assim entendam, a continuidade nos estudos para um curso de nível superior e o CAP profissional. O CAP profissional permite a inserção imediata na vida activa no mercado de trabalho.
O Curso Profissional de Técnico de Construção Civil/Variante de Medições e Orçamentos tem a preocupação em formar jovens com espírito criativo e inovador, pessoas com noção de que o razoável já não satisfaz, cidadãos humildes mas orgulhosos do seu trabalho e empenho, futuros técnicos dotados de conhecimentos científicos adaptados às necessidades do mercado de trabalho e futuros quadros de empresas dotados de capacidades para a adaptação, articulação e acompanhamento dos tempos que se avizinham.
Célia Fonseca

1 comentário: