16/02/11

A Austeridade


Nos últimos anos o mundo encarou uma crise que nos levou a todos a reduzir gastos, ou como se diz popularmente, a “apertar o cinto”, mas antes de mais passo a explicar em poucas palavras o que é a crise e do que ela deriva. A crise é o “senso comum” para a forma de pagar o enorme aumento da divida pública provocada pela crise financeira. Mas será que esta austeridade abordou a população da mesma forma? A resposta é simples… Não.

A receita da austeridade é-nos mostrada como inevitável e do senso comum, já em Portugal parece que as medidas de poupança foram poucas ou até nenhumas, são os combustíveis a subir irreversivelmente, o preço dos bens de primeira necessidade, a desvalorização do euro, mas o que nos mostra a real dívida dos bolsos das famílias portuguesas são os factos, chegamos ao ponto de pedir créditos ao banco para aniquilar outros anteriores, mas porque será que de ano para ano se gera tamanha instabilidade?

A cerca de dois anos o sistema financeiro mundial explodiu, a crise abriu um buraco de dois triliões de dólares no universo financeiro, ao qual os governos mais ricos o mundo gastaram, emprestaram ou financiaram entre 5 a 50% do PIB dos seus países para salvarem os bancos, e foram estes mesmos que provocaram a instabilidade.

Os bancos fizeram para ganhar ao invés de pagarem as contas, foram criando investimentos e provocando cada vez mais dívidas, de uma maneira prática, é como quando apostarmos no poker, dobramos a aposta e lucro torna-se maior (se ganharmos), mas como em todos os jogos, a probabilidade de perder é grande.

No fundo, o problema de toda a questão resume-se à divida, seja ela pública ou privada.

Então, o que todos pensamos é simples, alguém a tem que a pagar, e os bancos acabam por ser os últimos a querer faze-lo, logo o governo tem de aumentar os impostos ou cortar nos serviços públicos, é especialmente fácil anunciar estes cortes quando se vem com um “anel de virtude” sobre o assunto… Austeridade!

De uma maneira simples passo a citar, os que plantaram a crise não foram os mesmos que a colheram, ao deixar-nos num ciclo onde aqueles que menos ganham pagam aos que ganham mais, o que nos acrecenta uma questão no título desta crítica “A Austeridade: Quem paga e quem não o faz?”

Por Vítor Mendes

Sem comentários:

Enviar um comentário