17/11/11

"O velho que lia romances de amor", Luís Sepúlveda

Algures na Selva amazónica onde só os barcos chegam, vive António José Bolivar, um homem idoso que aprendeu a viver na selva com os índios Shuar.
Depois de viver quarenta anos na selva longe do mundo onde nasceu e cresceu, os livros são o seu bálsamo que lhe permite enfrentar a dura realidade do mundo que o rodeia.
É em torno do velho José, da pobre aldeia perdida na selva em que vive e dos seus habitantes, que se desenrola a história. Um dia o rio traz um cadáver de um gringo, rapidamente há quem tente culpar os índios da sua morte, mas o Velho António José sabe que não foram os índios e sabe também que haverá mais mortes, porque um animal acossado e no seu ambiente natural é um inimigo terrível.

Este é o mais conhecido dos livros do autor chileno Luís Sepúlveda. “O velho que lia romances de amor” foi dedicado a Chico Mendes, morto numa emboscada por defender a floresta e os direitos das tribos amazónicas.
A grande floresta amazónica, um dos locais do mundo onde sobrevivem espécies raríssimas de fauna e flora é o verdadeiro protagonista do romance, cuja mensagem é transmitida pelos olhos de António José Bolívar, o velho eremita que vive na floresta e que lê romances de amor.

Este é um excelente livro de um autor que tem um enorme sucesso no nosso país, ao melhor estilo do Realismo Mágico, a escrita descritiva leva-nos até ao interior da selva e à alma das personagens, quase que conseguimos sentir o calor húmido e os cheiros intensos que caracterizam a selva.

Fátima Lucas e Isabel Marques

Sem comentários:

Enviar um comentário