08/11/11

As ideias




A seguinte mensagem, oriunda da tradicional sabedoria chinesa, é uma das frases que mais me marcaram, após a sua leitura:


Um homem com um pão encontra outro homem com um pão. Ambos os homens trocam de pães e cada um regressa a casa com um pão.
Um homem com uma ideia encontra outro homem com uma ideia. Ambos os homens trocam de ideias e cada um regressa a casa com duas ideias
.”


Mensagem clara e objetiva, mas com um alcance enorme. Será que alguém descobriu a pólvora? Talvez…
Afinal, algo tão simples, tão singelo, tão barato, tão comum, como partilhar uma ideia, pode ser tão enriquecedor, tão especial e, porque não, tão diferenciador dos demais. Então, se é tão simples, porque não o fazemos com mais regularidade? Será pela falta de ideias, ou pelo medo da partilha?


Quero acreditar que a segunda hipótese é mais válida, porque a primeira revela apenas falta de paixão, desinteresse, apatia, entre outros. Mas então, porque será que é tão difícil de partilhar? Medo de que alguém possa ficar com o mérito de algo que é só nosso? Receio de cair no ridículo pela ousadia de ter idealizado algo novo? Medo de agir?


Não quero entrar em análises psicológicas nem sociológicos que possam estar na génese desses receios. Acredito apenas que se muitos dos homens e mulheres, em tempos idos, seguissem por esses receios, talvez, hoje, este texto não existisse nesta forma digital. Ainda viveríamos em cavernas, ou então não teríamos os carros que temos ou outros veículos motorizados, telemóveis, casas em tijolo, com saneamento, eletricidade, entre tantos outros bens, tão comuns e banais nos dias que correm, mas que em tempos idos, não passavam de ideias.
Felizmente alguém não se importou com os receios. Partilhou as suas ideias para que outros o ajudassem na prossecução das suas ideais. Felizmente ainda existem pessoas capazes, sem medo de avançar, de dar uso à sua voz, de agir.

Quero acreditar numa escola de hoje e do amanhã, incubadora de ideias, mas também de partilha. Porque o mundo de hoje precisa de pessoas com vontade de agir, de idealizar e de partilhar. Precisa de todos nós. Não vivemos numa ilha, isolada dos demais, antes somos uma parte integrante, ligados por pontes, de um sistema complexo, em que um simples gesto de partilha de ideias pode revolucionar a nossa existência.

À partilha!



José Pegada

(Diretor Pedagógico)

2 comentários:

  1. O problema é sempre o mesmo, as pessoas tem medo da rejeição das suas ideias. Mas hoje em dia, diga-se a verdade, existem ideias que por muito "estúpidas" que sejam dão excelentes projectos.
    Depois a ideia torna-se em algo inovador e aparece nos media, e chega a pessoa que lhe chamou de "ideia estúpida" dizer "bela porcaria, até eu fazia isso", a essas pessoas só tenho a dizer "pois... mas não fizeste".

    Todas as ideias devem ser apontes. O que hoje pode ser impossível ou estúpido, daqui a 10 anos pode ser um grande projecto/trabalho/empresa, etc.

    A escola é boa para troca de ideias é verdade, e deve ser dos poucos sitios onde as pessoas acabam por ser forçadas (e ainda bem!) a trocar ideias.

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  2. Alunos, aproveitem a centelha de criatividade que ainda brilha em vós, porque a rotina e o ritmo vertiginoso da vida adulta "suga" muita energia e "abafa" uma parte subtancial dessa criatividade... se não a totalidade! :(

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