Há poucos
dias, o presidente do Fórum para a Liberdade de Educação (FLE), Fernando Adão
da Fonseca, dizia que os novos tempos exigem que se eduque para a “diferença”,
para a “flexibilidade” e para “o sentido crítico” e isso não existe no atual
tipo de escolas. Dizia ainda ser urgente encontrar um sistema mais flexível que
contemple “a liberdade de escolha das escolas por parte dos alunos”, caso
contrário “vamos ter escolas que ensinam a produzir sapatos todos do mesmo
tamanho e algumas pessoas vão ter muitas dores nos pés”.
Concordo
com ele! Aliás, esta “nova” vertente para o ensino não é uma novidade que muitos
educadores e pensadores livre vêm defendendo ao longo dos últimos anos. No
entanto, pouco se tem feito neste sentido. Acredito também que estas mudanças,
inevitáveis, a ocorrer terão de passar por um processo interno de cada escola e
ao ritmo de cada uma. Se for algo imposto, e não adquirido de forma própria,
não funcionará. Para tal, é portanto preciso mudar a mentalidade dos decisores
e dos intervenientes diretos no processo, professores e alunos. Se bem que
neste último caso, as coisas sejam mais simples, pois os próprios anseiam por
mudanças.
Quanto
mais leio, e descubro nos meandros da Internet, sobre esta temática, mais fico
convencido que para o nosso caso em especial, o do ensino profissional, tal
representa uma absoluta necessidade. Cada vez mais seremos o “porto-de-abrigo”
para muitos jovens descontentes e inadaptados no atual sistema de ensino e que
nos procuram na ânsia e expetativa de encontrar um novo rumo para a sua
formação. Se lhes dermos «mais do mesmo», em que aspetos seremos diferentes? E
não será na diferenciação que teremos de apostar para garantir o nosso futuro,
nestes tempos tão difíceis?!
Toda esta
nova mentalidade terá de romper de forma clara com o passado, e para tal nos
paradigmas e desafios nos esperam. Há que não ter medo deles. Há que abandonar
o conforto e a segurança adquirida pela via da experiência e procurar novos
rumos, novas formas e novos métodos. A receita não existe! Caberá a cada escola
descobrir a sua.
Estamos
cientes da importância de mudar. Estamos atentos e vamos dando, timidamente, os
primeiros passos nessa “nova” direção. Este ano letivo foi apenas mais um
passo. Não podemos voltar atrás e temos de nos convencer de que, por uma vez
por todas, o futuro que nos espera é incerto e pouco atraente, contudo temos ao
nosso alcance todas as ferramentas para o mudar, embelezar e acima de tudo
vencer. É isso a que nos propomos. Vencer, formando jovens vencedores e cada
mais capazes de enfrentar o que os espera.
Ao
futuro!
José Pegada
Diretor Pedagógico da EPO